Já se sabe que o mercado de insumos agrícolas está passando por um momento difícil. Distribuidores e fabricantes têm apresentado números piores em 2023, na comparação com 2022.
A multinacional norueguesa Yara, gigante global em fertilizantes, não ficou fora do ciclo negativo do setor na safra 2023/2024. Mesmo assim, a empresa conseguiu sair do quarto trimestre do ano passado com lucro, o que evitou um prejuízo no acumulado de 2023.
A companhia teve um recuo de 35% no faturamento, tanto no trimestre entre outubro e dezembro, como em todo o ano de 2023. Foram US$ 3,5 bilhões e R$ 15,5 bilhões, respectivamente.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), excluindo itens especiais, caiu 46% no trimestre, e 65% no ano.
A Europa foi o mercado mais crítico para a Yara em 2023. No quarto trimestre, o Ebitda na região caiu quase 70%, e no ano, o recuo foi de 92%. Cenário causado, segundo a companhia, pela queda nos preços dos itens vendidos.
Em relação ao Brasil, a companhia não divulga resultados só do país, que está inserido na região Américas, onde o desempenho melhor que na Europa e a combinação de África e Ásia.
Houve queda de 20% no Ebitda das Américas no trimestre, e de 56% no ano. O Brasil é citado pela companhia ao comentar a queda na demanda por fertilizantes entre os produtores de milho segunda safra, ou de inverno. Essa menor procura foi parcialmente compensada pela melhora nas vendas de commodities, segundo a Yara.
Nos mercados da África e Ásia, a companhia norueguesa registrou queda de 34% no Ebitda do quarto trimestre, e de 66% no ano, por conta dos preços mais baixos da amônia nas regiões. Isso mesmo com um aumento no volume vendido, de 13% no trimestre e de 5% no ano.
Quando se trata do volume de fertilizantes vendidos no Brasil, a queda foi de 2% no quarto trimestre, e de 7% no ano.
Assim, a Yara terminou o trimestre com um lucro líquido de US$ 246 milhões, número 68% menor que no mesmo período de 2022. Em todo o ano de 2023, o lucro ficou em US$ 54 milhões, com recuo de 98%.