Um dos maiores M&As do agronegócio de 2023, a compra da brasileira Biotrop pela belga Biobest, foi concluída nesta terça-feira.
De acordo com o contrato assinado em setembro, a Biobest adquiriu cerca de 85% das ações com base no valor da empresa de R$ 2,8 bilhões (ou 532 milhões de euros) em uma base totalmente diluída.
Os 15% restantes serão adquiridos pela Biobest após período de transição de três anos. Para financiar a transação, a Biobest concluiu um aumento de capital de 365 milhões de euros, ou R$ 1,9 bilhão.
O movimento contou com a participação dos seus já tradicionais acionistas Sofina, algumas famílias belgas e administradores, e dos novos acionistas Tikehau Capital, M&G Investments, Unigrains e Sofiprotéol e várias famílias próximas do acionista majoritário.
A Biobest informou que Antonio Carlos Zem continuará no cargo de CEO da Biotrop, que era controlada pela Aqua Capital, gestora de private equity com sede em São Paulo e foco no agronegócio.
Em uma entrevista recente exclusiva ao AgFeed, Zem comentou que a permanência por mais alguns meses não estava em seus planos, mas que foi um pedido dos belgas.
“Antonio Carlos Zem continua liderando a Biotrop como CEO, apoiado pela mesma equipe de administração sênior 100% dedicada. Como mostra nosso histórico, valorizamos a continuidade da estratégia de fusões e aquisições”, disse o CEO da Biobest, Jean-Marc Vandoorne, em um comunicado oficial.
O CEO também comentou ao AgFeed que vê no futuro, um mercado em expansão para os biológicos no País, e que já projeta criar uma empresa para lidar com a variação climática das plantas.
Com a aquisição, a Biotrop reforçou sua aposta no mercado brasileiro de biológicos, que é estimado, segundo a CropLife, em US$ 1 bilhão por ano, com um crescimento anual de 43%.
Na época que a compra foi anunciada, era dito que "a expectativa da Biotrop é alcançar um faturamento de R$ 679 milhões (EUR 128 milhões) em 2023".