A gigante alemã de produtos químicos Basf informou aos seus acionistas que teve um resultado negativo no terceiro trimestre deste ano.

Se no mesmo intervalo do ano passado a companhia teve lucro líquido de US$ 910 milhões, este ano o resultado foi negativo em US$ 264 milhões, ou algo em torno de 249 milhões de euros.

A empresa teve um recuo de 28,3% nas vendas gerais nesta comparação anual. O montante vendido passou de 21,9 bilhões de euros no ano passado para 15,7 bilhões de euros este ano.

Na avaliação da empresa, o recuo ocorreu por conta de preços mais baixos nos segmentos de Materiais, Produtos Químicos e Tecnologias de Superfície. A Basf também notou uma redução dos volumes em todos os segmentos.

“Os volumes de vendas foram consideravelmente mais baixos do que no trimestre do ano anterior em todos os setores, com exceção do automotivo”, disse Martin Brudermüller, CEO e Presidente do Conselho de Administração Executivo da BASF, no relatório que acompanhou os resultados.

A área agrícola da Basf registrou vendas de 1,74 bilhão de euros no trimestre, uma baixa de 18,6% na comparação com o ano anterior.

Nesse segmento, a Basf menciona o Brasil e diz que teve, por aqui e no restante do continente, África e Oriente Médio, uma “diminuição considerável nas vendas”.

“O resultado foi impulsionado por um atraso no início da temporada e, consequentemente, por volumes mais baixos, especialmente no Brasil, bem como por efeitos cambiais negativos, especialmente relacionados ao peso argentino. Os preços mais elevados não conseguiram compensar totalmente esta situação”, comentou a Basf em seu balanço operacional e financeiro.

Ainda segundo a companhia, houve um grande volume de estoques nas revendas e distribuidoras, o que desacelerou as vendas. Nem mesmo um aumento do preço médio desse tipo de produto de 4,9% foi suficiente para trazer um resultado positivo.

Com o baque no balanço, a Basf anunciou que pretende reduzir seus investimentos em 4 bilhões de euros nos próximos cinco anos. Até 2027, a empresa pretende investir agora 24,8 bilhões de euros.

Para os três últimos meses de 2023, a Basf vê uma produção na indústria química global se “estabilizando ainda mais”.

“Contudo, as perspectivas macroeconômicas permanecem extremamente incertas no atual contexto da política de taxas de juro e tendo em conta os riscos geopolíticos crescentes”, pontuou a companhia.

Com esse cenário, a empresa já prevê um aumento do preço das matérias-primas, o que pode pesar nas margens.

“Se a produção química não se estabilizar, existem riscos de uma nova queda nos volumes e de uma redução de preços mais forte do que o esperado”, argumentou a companhia.