A gigante americana de insumos agrícolas e sementes Corteva deve anunciar na próxima quarta-feira, 8 de novembro, os seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2023. Mas já avisou: eles não virão conforme o esperado – e, em boa parte, por conta do Brasil.

Em comunicado encaminhado ao mercado, a empresa informou que estava reduzindo sua orientação sobre lucros anuais em cerca de US$ 1 bilhão e que, no trimestre, deve reportar prejuízo de US$ 315 milhões, em virtude de fatores como atrasos de pedidos, desabastecimento de estoques e margens mais apertadas dos agricultores em meio à produção recorde de grãos.

"Os indicadores do início do quarto trimestre do Brasil nos fizeram recalibrar as estimativas de vendas e lucros em Sementes e Proteção de Cultivos para o restante do ano, dada a importância do Brasil para nossos negócios no quarto trimestre", disse o CEO Chuck Magro no comunicado.

A empresa esperava um mercado mais favorável sobretudo para as vendas de sementes de milho, após o Brasil ter ultrapassado os Estados Unidos como maior exportador mundial do grão. Mas os baixos retornos obtidos na atual safra pelos produtores fizeram com que a demanda por sementes não se refletisse até o momento.

Com estimativas em baixa para o plantio de milho na safra de verão e com expectativa de redução também na segunda safra, ou safrinha, a empresa decidiu rever negativamente suas vendas no País.

Nos demais mercados da empresa, de acordo com o comunicado de Magro, os resultados demonstram estar em linha com as expectativas. Três meses atrás, a Cortyeva havia previsto vendas líquidas anuais entre US$ 17,9 bilhões e US$ 18,2 bilhões.

No guidance divulgado agora, o valor foi revisto para uma faixa entre US$ 17 bilhões e US$ 17,3 bilhões. No comunicado, a precisão é que o Ebitda operacional fique entre US$ 3,25 bilhões a US$ 3,45 bilhões, abaixo portanto do intervalo entre US$ 3,5 bilhões e US$ 3,65 bilhões anteriormente estimado.

Magro afirmou, no entanto, estar satisfeito com a melhora das margens da Corteva ao longo do ano até agora, graças a fortes ações de preços, produtividade e custos.