Em um momento de dúvida sobre quando as grandes companhias de proteína animal vão conseguir recuperar a lucratividade, a JBS optou por uma emissão bilionária de títulos de dívida. E a resposta dos investidores foi positiva.
A companhia anunciou nesta terça-feira, 5 de setembro, uma captação total de US$ 2,5 bilhões no exterior. Segundo fontes do mercado financeiro, a demanda dos investidores pelos títulos da JBS ficou próxima dos US$ 8 bilhões, ou seja, a empresa poderia ter captado ainda mais recursos, se quisesse.
A emissão de títulos foi dividida em duas séries. O maior valor, de US$ 1,6 bilhão, vai oferecer uma taxa de retorno ao investidor de 6,750% ao ano, com vencimento em 2034.
Na outra parte, os US$ 900 milhões restantes terão taxa ao investidor de 7,250% ao ano, com vencimento em 2053.
A companhia está em processo de listagem de suas ações e de seus títulos nos Estados Unidos, o que inclui uma oferta de troca dos papéis atuais por novos registrados na Securities and Exchange Comission (SEC), a CVM do mercado americano.
No comunicado desta terça sobre a emissão, a JBS afirma que estes títulos também entrarão no processo da dupla listagem. Assim, a oferta de troca valerá para esta operação, com prazo de liquidação de um ano.
A emissão dos títulos envolve as subsidiárias JBS USA, JBS USA Food Company e JBS Luxembourg, em conjunto. A liquidação dos títulos será concluída em 19 de setembro de 2023.
Quanto às dúvidas dos investidores sobre os resultados da companhia nos próximos trimestres, a JBS vem destacando que conseguiu, no segundo trimestre de 2023, diminuir o prejuízo e melhorar as margens na comparação com os primeiros três meses do ano.
Os analistas destacaram, no entanto, após a divulgação dos números, que estas margens continuam pressionadas quando se compara com 2022. Neste ano, a margem Ebitda da companhia ficou em 5%, ante 11,2% no segundo trimestre do ano passado.
A causa principal é o preço do gado nos Estados Unidos, que acaba diminuindo a margem de lucro das operações da JBS no país.