Michelle Obama virou suco. Ou melhor, anunciou que se tornou sócia de uma empresa de alimentos, cujo primeiro produto é um suco com baixos teores de açúcar.

A ex-primeira dama dos Estados Unidos fez o lançamento da marca PLEZi em um ambiente de negócios: o evento Future of Everything Festival (festival O Futuro de Tudo, em tradução literal, realizado pelo tradicional The Wall Street Journal em Nova York no início do mês.

“Estou aqui hoje porque ainda acredito que as empresas podem e devem ser mais ágeis quando se trata da saúde e da nutrição de nossas crianças”, afirmou ela no evento. E propôs acelerar “uma corrida que vai transformar toda a indústria de alimentos.

Sócia e porta-voz da nova companhia, ela tem sócios de peso. Por trás da PLEZi está John Shulman, fundador e sócio do Juggernaut Capital Partners, fundo que tem entre seus investimentos marcas como a água Voss e a marca de energéticos Zoa, que tem entre seus sócios o ator Dwayne “The Rock” Johnson.

Shulman é também um dos principais doadores da Fundação Obama, mantida pelo ex-presidente Barak Obama.

Michelle não falará de números, mas da causa. “Aprendi uma coisa sobre esse tema [a nutrição infantil]. Se você quer mudar o jogo, não pode trabalhar de fora, é preciso entrar em campo. É preciso estar dentro para encontrar maneiras de mudar a indústria de alimentos e bebidas”.

A primeira remessa de produtos já foi distribuída para redes como target e Farmers Market, além de poder ser comprada, nos Estados Unidos, pelo site do Walmart. A tendência é que distribuição se amplie, chegando a lojas de conveniência e outras redes.

É a primeira vez que uma ex-primeira-dama americana se torna sócia de um negócio após sua passagem pela Casa Branca. Antes de Michelle, o mais próximo disso havia sido Eleanor Roosevelt, que, nos primórdios da TV americana, gravou um comercial para a marca de margarinas Good Luck.

Na ocasião, a esposa do ex-presidente Franklin D. Roosevelt foi duramente criticada por emprestar sua imagem a uma marca – só após sua morte é que se divulgou que o cachê recebido havia sido inteiramente doado a uma escola para crianças abandonadas em Nova York.

O empreendimento de Michelle também tem cunho social – pelo menos em parte. Além da causa da nutrição, a empresa anunciou que doará 10% dos lucros a organizações que promovem a saúde infantil.

E também ela não escapou de algumas críticas. Alguns a condenaram por estar se aliando à indústria de alimentos processados, cujos métodos ela combateu durante e depois do mandato do marido. Outros, por usar na composição das bebidas adoçantes com baixo teor nutricional. Outro ponto contestado é o uso de embalagens plásticas.

A seu favor, Michelle aponta que seu propósito é usar sua linha de sucos como substituta mais saudável (mais fibras, menos açúcar) de outras bebidas com grande quantidade de açúcar, como refrigerantes, passando às crianças a mensagem da necessidade de se buscar alternativas mais saudáveis.

Cerca de dois terços das crianças americanas, segundo o CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos), consomem pelo menos uma bebida adoçada com açúcar por dia.