Em tempos de margens apertadas para os produtores rurais e juros elevados, o crescimento do setor de fertilizantes já não é mais o mesmo.
Até a Cibra, que viu sua receita subir de R$ 70 milhões para R$ 8 bilhões entre 2012 e 2023, acabou registrando queda no faturamento em 2024, em meio aos preços mais baixos, embora os volumes tenham sido 20% maiores.
Resumo
- Cibra, que viu sua receita subir de R$ 70 milhões para R$ 8 bilhões entre 2012 e 2023, registrou queda no faturamento em 2024, mas prevê expansão de 20% em 2025
- Fabricante de fertilizantes, com 12 plamntas no País, deve concluir este ano ciclo de investimentos de R$ 1,5 bilhão
- Empresa é conhecida por inovações, como o primeiro e-commerce do setor e a criação uma moeda digital própria
O CEO da Cibra, Santiago Franco, diz que a expectativa é, novamente, avançar 20% em 2025, na comparação com o ano anterior. Se confirmado, o volume subirá dos 3,6 milhões de toneladas no ano passado para 4,2 milhões de toneladas. Em receita, o executivo preferiu não fazer previsões.
É um ritmo menos intenso do que foi visto na última década – quando a Cibra foi comprando empresas e expandindo a capacidade de produção – mas ainda ficará acima do que projeta o setor de adubos no Brasil.
A estimativa da Anda, Associação Nacional para Difusão de Adubos, é de que as entregas de fertilizantes cresçam 7% em 2025, superando 48 milhões de toneladas.
Qual o diferencial para seguir crescendo em tempos desafiadores? Santiago Franco afirma que a cultura da empresa, baseada em inovação e foco em pessoas, explicam o desempenho tão acima da média.
“Sorte só aparece para quem está preparado”, disse o CEO em entrevista ao AgLíderes, o videocast do AgFeed dedicado aos principais executivos do agronegócio.
A Cibra possui 12 fábricas “misturadoras” de fertilizantes, atuando no tradicional NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), os produtos tradicionais de nutrição para as lavouras, que acompanham cotações internacionais.
Por esse motivo, Franco ressalta que a gestão do negócio e a forma de se relacionar com os clientes são os principais diferenciais, “já que nutrientes são praticamente os mesmos oferecidos pelas empresas”,
Entre as apostas da Cibra está a estratégia digital. A empresa foi a primeira no segmento a criar um e-commerce, lançou também a Cibra Coin, buscando se posicionar na tokenização do comércio de fertilizantes, e desenvolveu ainda uma rede social própria, a “Jarillo”, conforme já mostrou o AgFeed.
“O objetivo é conectar pessoas do agro, mas tem também inteligência artificial”, ressaltou Franco.
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Práticas que são comuns em startups mas passam longe de grupos tradicionais de fertilizantes, como 100% de home office para as áreas administrativas, até para o CEO, são adotadas na Cibra. “Isso dá muita agilidade”, disse ele.
O modelo de liderança criado por Santiago Franco virou um livro, que ele faz questão de mostrar a quem busca entender a estratégia da Cibra. Recentemente, foi lançada uma versão também em espanhol – idioma nativo do CEO, que é colombiano.
No AgLíderes, Franco fala da meta de chegar a 5 milhões de toneladas de fertilizantes entregues no próximo ano e do plano de investimentos da Cibra, que prevê R$ 1,5 bilhão até 2026.
Segundo ele, faltam apenas R$ 500 milhões deste pacote e um novo investimento deve ser anunciado ainda est ano.
Mercado de capitais, taxas de juros e tendências para o agro do futuro são outros temas em destaque na entrevista de Santiago Franco ao AgLíderes. Confira o vídeo na íntegra - disponível nas plataformas YouTube e Spotify.
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