Rubens Ometto, controlador da Cosan, um dos maiores conglomerados empresariais do País, moveu, mais uma vez, suas peças na gestão do grupo.

Em fato relevante divulgado no início da noite desta segunda-feira, 21 de outubro, ao mercado, a companhia informou que, a partir de novembro, Marcelo Martins, atual vice-presidente de finanças, passará a ocupar a cadeira de CEO, em um redesenho que mexe com as posições dos seus principais líderes.

Braço direito de Ometto, Martins foi o responsável por parte dos M&As que o grupo fez nas últimas décadas. Ele substituirá Nelson Gomes, que comandava a Cosan desde janeiro passado.

Gomes, por sua vez, assume a Raízen, maior companhia do grupo. Ricardo Mussa, que já estava há quase cinco anos no cargo de CEO da empresa de bioenergia, ganha um assento no conselho e torna-se presidente da Cosan Investimentos, braço responsável pela alocação de capital do grupo.

Gomes é também um homem de confiança de Ometto. Embora tenha ficado menos de um ano à frente da Cosan – chamado para substituir Luis Henrique Guimarães – ele já liderou, no passado, a Compass, empresa de gás natural do grupo.

A nova rodada de mudanças repercute também em outras empresas da holding Cosan. Rafael Bergman, por exemplo, deixa a vice-presidência financeira e de relações com investidores da companhia de logística Rumo para ocupar posto semelhante na Raízen, no lugar de Alberto Bezerra de Moura, que renunciou ao cargo.

Já a vaga de Bergman será ocupada por Guilherme Machado, CFO da Compass.

De acordo com reportagem do Neofeed, a escolha de Nelson Gomes como CEO da Raízen deve-se ao perfil mais operacional do executivo.

Por outro lado, o grupo considera que Mussa já entregou resultados ao coordenar o IPO e tornar realidade a produção, pela empresa, de etanol de segunda geração (E2G).

Já a expertise financeira de Marcelo Martins seria considerada mais adequada ao momento da Cosan. A dívida líquida do grupo bateu os R$ 21,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024. A ida de Martins para o posto máximo indicaria que a empresa está atenta em reduzir essa alavancagem, que hoje está em 2,7 vezes o Ebitda.

Outra necessidade do grupo é de mostrar uma resposta aos investidores. Na Bolsa, após o papel da Cosan atingir a máxima histórica de R$ 27 em meados de 2021, hoje é cotado a R$ 11. Só nesse ano, a ação recua cerca de 38%.

Já a ação da Raízen, que começou a ser negociada na B3 em 2021 por R$ 7,10, hoje vale R$ 2,88. No ano, acumula desvalorização de 29%.