Depois de injetar dinheiro e aumentar sua participação no capital da BRF, a Marfrig anunciou o resultado do “primeiro tempo” de sua oferta subsequente de ações, com captação já garantida de R$ 1,67 bilhão.
A operação foi lançada em agosto, com autorização para vender até 300 milhões de novas ações ordinárias, ao preço unitário de R$ 7,21.
Com isso, espera-se que o aumento de capital da Marfrig supere os R$ 2,1 bilhões, caso consiga vender toda a oferta.
No período de um mês que os acionistas tiveram para manifestar o exercício do direito de preferência, a companhia já conseguiu garantir a venda de 231,7 milhões de ações.
Dentro deste montante, já devem estar inclusas as 208 milhões de ações que o controlador, Marcos Molina, se comprometeu a adquirir no momento em que a oferta foi lançada.
A partir desta quarta-feira, 20 de setembro, a Marfrig abre o “segundo tempo” da sua oferta de ações, ofertando os quase 70 milhões de papéis que não foram comprados até a última segunda, dia 18.
São pouco mais de R$ 490 milhões que ainda podem entrar no caixa da empresa. A grande maioria dos acionistas que participaram desta primeira fase já manifestou interesse em adquirir as sobras, o que indica que a empresa tem chances de vender todas as ações da oferta.
Cada um deles vai poder comprar o equivalente a quase 30% do que adquiriu neste mês do período de exercício de preferência.
O valor da ação na oferta também é um atrativo, já que nesta terça-feira, dia 19, o papel fechou cotado a R$ 7,42. Ou seja, o acionista já garante um lucro de R$ 0,21 por ação ao aderir ao follow-on.
A oferta da Marfrig está diretamente ligada ao aporte de R$ 1,8 bilhão feito na BRF, que fez um aumento de capital em julho.
Na manhã desta terça, a BRF comunicou que a Marfrig comprou uma participação adicional de 2,5% no capital da companhia, chegando à participação de 35,7%. A BRF vendeu suas ações a R$ 9 no aumento de capital, e hoje elas valem R$ 9,47.
Analistas consideram este aumento de participação da Marfrig de hoje mais um passo para a tomada do controle da BRF, que é um objetivo de Molina. Ele só foi possível em função da extinção da poison pill, cláusula que impedia que um único acionista tivesse participação superior a 33,3% sem fazer uma oferta aos demais, pagando prêmios substanciais.