A empresa de revestimentos e coloração de sementes Laborsan Agro garante que vem crescendo 35% nos últimos anos e que em breve precisará aumentar a produção, como afirmou o CEO da empresa, Francisco Albuquerque, em entrevista ao AgFeed.
Dois planos de expansão distintos estão como prioridade da companhia: garantir maior presença em Mato Grosso e ter acesso a novos compradores no mercado internacional.
Criada em 1997, a Laborsan desenvolve e comercializa tecnologias de revestimentos de sementes, polímeros e coloração de sementes e agroquímicos.
Os produtos da companhia já são vendidos para países do Mercosul há quase vinte anos e recentemente passou a trabalhar com três fornecimentos piloto para os Estados Unidos.
“Essas experiências chamaram a atenção do mercado lá de fora, e por isso estamos discutindo parcerias com algumas empresas”, revelou Albuquerque.
A expectativa é ampliar as exportações para países "fora da América Latina” já a partir do ano que vem.
Internamente, a empresa vislumbra uma proximidade maior em um dos seus maiores mercados, o estado de Mato Grosso, com a instalação de um entreposto na região a partir de 2024.
Um movimento de expansão no mercado brasileiro foi iniciado em 2022 quando a empresa anunciou um investimento de R$ 10 milhões para ampliar suas operações em Diadema, no interior de São Paulo.
Na fábrica, que foi inaugurada um ano atrás, a planta de 10 mil metros quadrados substituiu a instalação anterior de 2,5 mil metros quadrados.
A decisão de aumentar a capacidade foi tomada para atender a demanda crescente. Segundo Albuquerque, a expectativa, na época, era utilizar cerca de 50% do local, porém, em momentos de alta produção, como no ano passado, no ápice das vendas para produtores de soja, a empresa chegou a operar com 80% da fábrica.
A capacidade produtiva fica em torno de 500 toneladas por mês, considerando um trabalho feito apenas em horário convencional. Se a Laborsan aumentar o ritmo de trabalho para dois turnos, essa capacidade sobe 30%, e com três, pode dobrar, segundo o executivo.
Para 2024, é possível que a instalação inaugurada no ano passado e que já teve a capacidade ampliada, não dê conta da demanda.
“Como temos uma projeção de crescer exponencialmente em 2024, a chance desse espaço não comportar o crescimento é algo a ser considerado com atenção”, comentou Albuquerque.
Entre as soluções está o próprio entreposto de Mato Grosso, que deve permitir à empresa manter um estoque de produtos mais perto dos clientes, o que reduziria o tempo de entrega.
A outra medida prevista é otimizar a capacidade produtiva da fábrica atual em Diadema.
“Estamos investindo em novos maquinários. Numa conta simples, conseguiríamos fazer as mesmas 500 toneladas ao mês trabalhando em meio período”, conta o executivo.
O investimento estimado é de R$ 2 milhões. “Estamos conversando com alguns parceiros e fazendo análises para colocar em prática”, disse.
Novas tecnologias
Albuquerque lembra que poucos anos depois da criação da Laborsan, quando a empresa atuava com coloração para agroquímicos, no início dos anos 2000, o tratamento de sementes entrou no escopo da companhia.
Acontece que na época, segundo ele, esse tipo de tecnologia era pouco difundida, e por isso, a empresa realizou uma série de “circuitos” pelo Brasil.
“Rodamos milhares de quilômetros, uma boa parte de carro, indo até as fazendas, para ver as especificidades de cada região. Existia, na época, uma resistência incrível para esse tipo de produto, que era visto como muito tecnológico, e que não emplacaria”, conta.
Desde então, com parcerias com a Embrapa, a empresa desenvolveu tecnologias para atender as principais culturas do agro brasileiro.
Além da soja, que é o principal mercado, a Laborsan tem soluções para o trigo, cevada e milho. Este último, inclusive, é recente na empresa.
“Estamos no nosso segundo ano com o milho, pois é uma cultura mais desafiadora", afirma.
Albuquerque garante que o feedback dos clientes é sempre positivo, e atribui um sucesso do negócio a essa relação próxima desde os primeiros anos de empresa.
Na avaliação do executivo, ssa relação acaba melhorando até mesmo o portfólio da Laborsan.
Em grupos de Whatsapp, clientes e produtores de diversas regiões trocam experiências sobre o uso dos produtos, o que muitas vezes, faz a própria empresa desenvolver novas tecnologias com base nas experiências relatadas.
As novidades já estão chegando. Albuquerque revelou ao AgFeed que a chamada "linha ecológica", com resinas ambientalmente corretas, já está em fase de testes. São polímeros conhecidos como “zero microplásticos" que já passarão por avaliação em campo no primeiro trimestre de 2023.
A empresa também vem investindo em produtos nutricionais, com o polímero chamado G5 Power, com testes de campo já encerrados e em fase de comercialização. Novos avanços nesta mesma linha devem ser anunciados no ano que vem.