O momento não é dos melhores para a indústria de tratores e máquinas voltadas para a produção agrícola. Depois da CNH, outra gigante do setor, a John Deere, divulgou seus números nesta quinta-feira, 15 de fevereiro, e acendeu um alerta para os investidores.
A multinacional norte-americana anunciou seu balanço do primeiro trimestre fiscal de 2024, entre novembro de 2023 e janeiro deste ano. Houve queda no faturamento e no lucro, mas o que mais impactou o mercado foi sua projeção de que o cenário ainda vai piorar no decorrer dos próximos meses.
O faturamento total da John Deere no primeiro trimestre fiscal de 2024 caiu 4% em relação ao mesmo período de 2023, para US$ 12,1 bilhões. No seu maior segmento, que é de máquinas e equipamentos voltados para grandes produtores e culturas mais tradicionais, o recuo nas vendas foi de 7%.
No segmento voltado para pequenos agricultores, que inclui também a produção de gramados, a queda foi ainda mais acentuada nas vendas, chegando a 19%.
Assim, a margem operacional da John Deere no trimestre também teve quedas expressivas. No segmento de grandes produtores, esse recuo foi de 13,5%, ficando pouco acima de US$ 1 bilhão, e para os pequenos, foi de 27%, para US$ 326 milhões.
Com o segmento de construção, o segundo mais relevante da companhia, ficando praticamente estável em receitas no primeiro trimestre fiscal de 2024, a John Deere conseguiu entregar um lucro líquido de US$ 1,7 bilhão, 11% abaixo do resultado conseguido um ano antes.
Segundo analistas, os números deste período entre novembro de 2023 e janeiro de 2024 vieram até melhores que o esperado. Mas as projeções para o restante deste ano fazem a ação da John Deere cair quase 6% em Nova York nesta quinta-feira.
Ao fazer suas projeções para toda a indústria de máquinas no mundo, a John Deere espera queda nas vendas em todas as regiões. Na América Latina, a companhia espera um recuo de 10% nas unidades vendidas por todas as montadoras em 2024. Nos Estados Unidos e Canadá, a previsão é de queda entre 10% e 15%.
Mas quando se trata dos números da própria John Deere, o cenário traçado é ainda pior. A empresa projeta uma queda de 20% nas receitas líquidas para todo o ano de 2024, no segmento de grandes produtores.
Neste mesmo segmento, a companhia espera obter margem operacional entre 21,5% e 22,5%, ante um resultado superior a 26% em 2023.
Para os produtores de médio e pequeno porte, a John Deere espera uma queda entre 10% e 15% nas vendas líquidas, e margem operacional entre 15% e 16%, ante um resultado de 17% em 2023.