Em mais um capítulo de sua estratégia de diversificação global de portfólio, a JBS está dobrando a aposta no universo de proteínas vegetais.

Por meio de sua subsidiária Vivera, fez uma oferta para comprar os ativos plant-based da Unilever, operação feita pela marca The Vegetarian Butcher. Ambas as companhias atuam na Europa e eram concorrentes até então.

Sem divulgar valores, a Unilever informou que o fechamento do negócio deve ocorrer no terceiro trimestre, assim que os órgãos reguladores aprovarem a compra.

Segundo a Unilever, que divulgou a negociação por meio de nota, a marca foi comprada por ela em 2018, quando ainda pertencia ao fundador Jaap Korteweg e, desde então, “apresentou um crescimento de dois dígitos na média e se expandiu para 55 mercados no mundo”.

A gigante do setor alimentício ainda pontuou que está no meio de um processo de aprimorar seu portfólio, focado em menos marcas maiores.

“Os produtos refrigerados e congelados da The Vegetarian Butcher exigem uma cadeia de suprimentos e um modelo de fornecimento distintos, tornando-os menos escaláveis dentro do portfólio mais amplo da Unilever Foods”, afirmou a empresa, em nota.

O presidente da Unilever Foods, Heiko Schipper, afirmou que a Vegetarian Butcher está “pronta para um sucesso ainda maior em uma nova sob nova proprietária”.

“Estamos muito animados com a união de forças da The Vegetarian Butcher com a Vivera, pois isso nos dará a oportunidade de combinar nossos pontos fortes e entregar ainda mais valor aos nossos parceiros e consumidores”, disse, também em nota, Rutger Rozendaal, CEO da The Vegetarian Butcher.

A Unilever comprou a Vegetarian Butcher em 2018, numa transação que não teve valores divulgados. Já a JBS adquiriu a Vivera em 2021 por 341 milhões de euros, algo em torno de R$ 2,29 bilhões na época.

Em 2021, a Vivera faturava 80 milhões de euros e já era dona de um portfólio de 50 produtos plant-based, atuando em 25 países europeus, e o negócio envolvendo a empresa da família Batista foi o primeiro M&A envolvendo esse tipo de ativo. Em seus balanços, a JBS não divulga os números atuais da subsidiária.

Nesse segmento, desde 2020 a JBS já atuava com a Planterra nos EUA e com alguns produtos de proteína vegetal lançados pela Seara no Brasil. A primeira foi encerrada em 2022.

Fora das carnes tradicionais, a JBS também comprou, por US$ 41 milhões em 2021, uma empresa de proteína cultivada espanhola, a BioTech Foods.

Em 2023, anunciou um investimento de R$ 200 milhões para ampliar a capacidade dessa unidade, dando indícios que, fora da carne do boi, iria apostar em proteínas de laboratório, e não com substitutos vegetais.

Com a nova compra, que acontece num momento em que a empresa empilha balanços e balanços de lucros, a estratégia pode ter sido revisitada.