A ligação entre Brasil e Japão é histórica. Ela é ainda mais estreita quando se trata do estado de São Paulo. A montadora Yanmar, que produz, entre outros itens, máquinas agrícolas, resolveu instalar sua primeira filial fora das fronteiras japonesas exatamente no Brasil, ainda na primeira metade do século XX.
Depois de começar a produzir máquinas voltadas para a agricultura em 1988, a companhia deixou o País em 2001. Com o crescimento do mercado, retornou em 2018. E desde então, vem experimentando um rápido crescimento.
Focada em máquinas de menor porte, para pequenos e médios produtores, a Yanmar saiu de 57 itens faturados em 2018 para o patamar atual de 4,5 mil unidades que saem de duas plantas localizadas em Indaiatuba, região de Campinas, em São Paulo.
“Nós estamos em quinto lugar em participação de mercado no setor de máquinas agrícolas no Brasil, e crescemos 8% no volume de itens vendidos em 2023, enquanto todo o segmento registrou queda. Neste ano, projetamos repetir esse ritmo”, afirma Fernando Figueiredo, gerente comercial agrícola da Yanmar South America.
Para dar uma ideia do ritmo de avanço da Yanmar no mercado agrícola brasileiro, Figueiredo afirma que um ano de faturamento em 2018 é igual a um mês de receitas em 2024.
A planta de Indaiatuba, única da empresa que produz máquinas agrícolas, está próxima de atingir sua capacidade máxima. “Aqui a capacidade é de 5 mil máquinas por ano”, conta Figueiredo.
Por isso, a empresa já se prepara para construir uma nova planta. Segundo o executivo, ainda não há qualquer definição sobre o tamanho do investimento e nem mesmo sobre o local.
“Nós inclusive temos aqui executivos vindos do Japão que estão fazendo os estudos preliminares sobre a nova fábrica. Mas ainda é um trabalho muito inicial”, diz Figueiredo.
Outro caminho que está no início para a Yanmar é o de locadoras de máquinas. O executivo conta que a empresa está estudando a melhor forma de entrar neste mercado, mas que também é um projeto “muito embrionário”.
Neste contexto, a venda das máquinas pela Yanmar acontece pela rede de 72 concessionárias que possui no País.
Figueiredo conta que a empresa resolveu concentrar sua força de vendas em locais onde suas máquinas se encaixam mais, dando atenção especial para os produtores de café. “Destas 72 concessionárias, 16 estão em Minas Gerais”.
A Yanmar ainda não tem lojas em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, por exemplo. “Até recebemos demanda para vender nesses estados, mas as áreas são maiores, nossas máquinas não vão desempenhar bem. Mas no Norte, já temos uma atuação forte em Rondônia, que vem crescendo na produção de café”.
A região Sul também é importante para os negócios da Yanmar. A empresa suspendeu as entregas no Rio Grande do Sul, com a tragédia climática que atingiu o estado.
“Nós ainda estamos sem fazer entregas lá, até que as coisas se estabilizem. Conseguimos atender algumas cidades neste momento, principalmente mais ao norte do estado, perto da divisa com Santa Catarina. Mas nosso foco agora para o Rio Grande do Sul é ajudar as pessoas, inclusive nossos colaboradores”.