Lançado há quase dois anos e com US$ 20 milhões (algo em torno de R$ 115 milhões no câmbio atual) em investimentos, o programa de fomento à agricultura regenerativa da
já soma 345 mil hectares. A meta é atingir 600 mil hectares espalhados por todo o País até o ano que vem.
O programa é conduzido em parceria com empresas como a Orígeo, joint-venture da companhia com a UPL, e já nasceu com 250 mil hectares em estados como Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Piauí e Tocantins.
O que até março do ano passado era um piloto, em que as companhias mensuraram as práticas de produtores parceiros da trading, virou agora um programa com metas, que inclui até um sistema de prêmio aos fazendeiros que adotem boas práticas no campo.
Por atuar como canal para levar insumos e serviços direto aos produtores, a Orígeo entrou no processo para auxiliá-los da porteira para dentro, com informações técnicas e ferramentas tecnológicas.
“Entendemos que temos uma estrutura, capacidade técnica e toda equipe que dá o suporte direto na fazenda do agricultor para levar as boas práticas. Ao mesmo tempo, entendendo o que ele já faz e trazer mecanismos novos que façam sentido”, disse ao AgFeed o head de sustentabilidade da Orígeo, Igor Borges.
Dos 345 mil hectares atuais do programa, 300 mil têm participação da Orígeo, espalhados em cerca de 40 produtores. A joint-venture atua nos estados do Matopiba, Mato Grosso e Pará.
Por meio de outros parceiros, a Bunge também leva o programa para Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
Além da espécie de consultoria, a Orígeo disponibiliza, sem custos ao produtor, o acesso à plataforma da xFarm, empresa europeia que atua com digitalização de fazendas.
“O produtor brasileiro já está adaptado às práticas de agricultura regenerativa e a ideia do programa é trazer transparência a respeito disso para outros canais”, acrescentou Borges.
O programa conta com produtores de médio e grande porte, tanto que no piloto inicial de 250 mil hectares, foi observado que todos já faziam, por exemplo, plantio direto.
Além dessa prática, o programa da Bunge quer estimular o uso de culturas de cobertura, um manejo mais eficiente de água, sistemas agroflorestais e um manejo diferenciado do solo, com produtos biológicos e químicos com menos efeitos colaterais.
A UPL, também sócia da Orígeo, entra no programa como a responsável por fornecer uma cesta de insumos para os produtores. “É uma parceria estruturada que ainda traz um canal de venda direta para grandes produtores para a UPL via Orígeo”, afirmou Borges.
Borges ainda contou que a Orígeo mira atuar com novas culturas além das tradicionais soja, milho e algodão. A ideia é fomentar, por exemplo, o cultivo de mamona e canola junto a esses produtores, como uma terceira cultura.
O objetivo é, além de trazer mais um elemento na rotação de culturas, somar mais uma fonte de receita com produtos que são muito utilizados para produção de óleos.
“Essas culturas entram como uma ferramenta que se encaixa na entressafra, sem competição com soja e milho”, disse Igor Borges.
Como estratégia de divulgação do programa, a Orígeo vai lançar em abril uma websérie com produtores participantes. Chamada de Rota Regenerativa, os vídeos contarão com relatos dos fazendeiros sobre os impactos das práticas em suas propriedades. O primeiro episódio será lançado no dia 8 de abril.