A startup Scientian Bio, da Nova Zelândia, acabou de captar US$ 2,1 milhões em uma nova rodada de financiamento. O novo capital será usado para aumentar a pequena equipe, de apenas sete pessoas, desenvolver ainda mais a tecnologia e comercializar as primeiras ofertas específicas, começando com uma solução de controle de qualidade para a indústria alimentícia com lançamento previsto para o final de 2024.
O que parece a história comum a tantas outras startups (e é) contrasta com a originalidade do produto desenvolvido pela empresa. A Scentian Bio criou uma tecnologia própria de biossensores que utilizam os receptores olfativos que buscam mimetizar os sentidos dos insetos.
É como se o equipamento conseguisse entender como os insetos captam cheiros no ambiente. O sistema olfativo desses insetos é muito mais sensível do que o dos humanos ou as máquinas de espectrometria de massa por cromatografia gasosa (GCMS).
Da mesma forma que os insetos, a startup afirma que os receptores conseguem detectar compostos orgânicos voláteis (VOCs) em alimentos, plantas, pele humana ou respiração.
A tecnologia do “nariz eletrônico” usa IA para processar e interpretar sinais de seus biossensores. Assim, replicam a rede neural de um inseto para interpretar cheiros.
A empresa afirma que seus sensores são mil vezes mais sensíveis que o nariz de um cachorro e possuem dezenas de receptores exclusivos que reconhecem efetivamente milhões de compostos orgânicos virtuais.
Dessa forma, a aplicação é variada: pode funcionar desde o controle de qualidade alimentar a testes rápidos para doenças como a tuberculose. A companhia foi criada dentro do Instituto de Pesquisa de Plantas e Alimentos da Nova Zelândia em janeiro de 2021.
Os novos investidores da empresa, que incluem Finistere Ventures e Toyota Ventures, se juntarão à Fundação Bill e Melinda Gates. Ao todo, a startup já levantou US$ 4,4 milhões.
A empresa diz que está realizando um teste com uma grande marca de alimentos. A depender do sucesso do teste, a ideia é concentrar o desenvolvimento de produtos exatamente no controle de qualidade para a indústria de alimentos.
O primeiro biossensor digital da Scentian Biol, com lançamento comercial previsto para o final de 2024, fornecerá controle de qualidade dos principais atributos de cheiro e sabor dos principais ingredientes alimentares. A empresa diz que o foco se dará em óleos essenciais e, posteriormente, expandirá para outros ingredientes.
“Nosso segundo impulso será na área médica. Continuamos a promover o desenvolvimento de nosso dispositivo de diagnóstico precoce, não invasivo e em tempo real para doenças humanas, usando biomarcadores voláteis” disse o CEO da empresa, Jonathan Good, ao AgFunder News.