As pequenas empresas de hoje podem ser os grandes clientes de amanhã. Na gigante da tecnologia Microsoft, esse mantra tem sido, há anos, o motor de programas de incentivos a startups mantidos pela empresa, como o Founders Hub.
Por meio deles, a companhia oferece acesso gratuito a algumas de suas soluções e até créditos em licenças de uso de outras, de forma a permitir com que as jovens empresas cresçam atreladas à sua marca.
No agro não é diferente. A Microsoft já vem trabalhando no desenvolvimento de produtos específicos para o principal setor da economia brasileira, mas dá agora um novo passo para se aproximar do Para estar mais próxima do ecossistema de inovação onde podem surgir as futuras líderes do mercado de tecnologia agrícola.
O caminho escolhido foi tornar-se parceira do PwC Agtech Innovation, um dos principais hubs do segmento agtech no Brasil, mantido em Piracicaba pela gigante global de consultoria PwC.
Com o movimento, a Microsoft passa a conviver com um universo de cerca de 900 agtechs cadastradas no centro de inovação, que terão acesso a mentoria, conteúdos e tecnologias da empresa americana.
Em entrevista ao AgFeed, a vice-presidente de vendas corporativas para clientes e startups da Microsoft Brasil, Andrea Cerqueira, explicou que a contribuição da companhia no hub será disponibilizar equipes técnicas e conteúdo para o desenvolvimento de soluções para a agricultura e pecuária.
Além disso, como no Founders Hub, as agtechs terão acesso a um crédito de US$ 150 mil para o uso de serviços dentro do sistema de nuvem da Microsoft, o Azure.
“Além de mentoria, a gente traz os benefícios de um programa de startups nosso que tem créditos e acesso aos nossos técnicos”, afirmou Cerqueira.
“As startups já têm acesso a esse programa e ao marketplace global do Microsoft Azure, podendo colocar suas soluções nesse ambiente, além de terem acesso a toda uma cadeia de aprendizado”, disse.
“Os parceiros do hub procuram empresas que estejam lá dentro e contribuam entre si. Inovação aberta é colaboração. As corporações têm seus negócios e querem evoluir, mas sempre com a intenção de olhar para o agronegócio e ajudar no desenvolvimento do setor”, acrescentou o CEO do PwC Agtech Innovation e sócio da PwC Brasil, Maurício Moraes.
No caso da Microsoft, um dos principais focos está no crescimento do npumero de aplicações de inteligência artificial embarcadas nas soluções tecnológicas do agronegócio.
Em entrevista concedida ao AgFeed no ano passado, a CEO da companhia no Brasil, Tânia Cosentino, destacou o desenvolvimento, pela Microsoft, de versões dedicadas de suas principais tecnologias para algumas indústrias específicas, entre elas o agro.
E citou o Copilot, uma aplicação de inteligência artificial generativa incorporada ao Azure Azure Data Manager for Agriculture, serviço de nuvem da companhia, para atuar na análise de dados em escala.
“Acreditamos no agro baseado em dados e gerando insights”, disse Tânia na ocasião. “Aí entra a inteligência artificial e até a inteligência artificial generativa, em que eu posso conversar com os algoritmos em linguagem natural, como fazendeiro, como agrônomo, como agente financeiro, e obter insights para o meu negócio”.
Andréa Cerqueira reforçou, agora, o discurso da CEO. “Nossas plataformas têm algoritmos, como visão computacional, sensores, que possibilitam ao produtor rural fazer medições sobre o campo e depois ter um compilado de dados que permite fazer previsões para as operações dele”, disse.
A executiva endossa que estar próximo e escutar produtores rurais é uma estratégia importante para chegar a pautas que são prioridade do agronegócio. Segundo ela, temas como redução de custos, aumento de produtividade, de previsibilidade e mitigação de risco são citados com frequência por clientes do setor.
“Um cliente sempre me falava que a indústria agro é como se fosse uma startup anual, uma vez que todo ano tem uma safra”, afirmou. “Eles veem que podemos ajudar nessa busca de mais previsibilidade e de mais produtividade com redução de custos nas operações deles. É esse tipo de expertise, de como usar a tecnologia para esses sistemas, que disponibilizamos para startups e empresas que fazem parte do hub”, observa.
“Essa troca com a Microsoft vai ser muito relevante para o crescimento da maturidade e do entendimento das aplicações que as tecnologias podem trazer para dentro do processo, gerando mais valor e mais eficiência. Vamos fornecer infraestrutura para que as startups desenvolvam essa tecnologia”, diz.
Moraes ressaltou que, além de fomentar as startups no desenvolvimento de soluções tecnológicas para o agronegócio, a Microsoft também dará suporte a outras empresas parceiras do hub.