A Bertha Capital, gestora de mais de 10 fundos com cerca de R$ 600 milhões alocados, anuncia nesta quarta-feira, 21 de junho, uma parceria com a Viasoft, empresa paranaense de softwares para gestão empresarial, em um fundo de R$ 100 milhões para investir em até 15 startups do segmento nos próximos anos.
O movimento já havia sido antecipado pelo AgFeed no início do mês. Em entrevista para apresentar um investimento do TechInvestor, fundo da Viasoft, Itamir Viola, presidente da empresa e CEO do fundo, revelou que fecharia uma parceria com uma gestora paulista, a fim de arrecadar dinheiro para novos investimentos.
“A parceria irá trazer muito mais recurso para nossa tese de agtechs e agfintechs. Com o recurso de muitos outros investidores, podemos ser mais fiéis à tese”, ressaltou Viola na ocasião.
De acordo com a Bertha, o novo fundo de investimentos terá foco em startups estágios inicias (seed capital e Series A), focado principalmente em agtechs, que oferecem softwares, aplicativos e plataformas com soluções voltadas para o agronegócio, e agfintechs, que atuam na concessão de crédito e em operações financeiras para este segmento.
Nas primeiras rodadas de investimentos, os cheques devem rodar uma faixa entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Caso haja demanda para uma nova rodada, o chamado follow-on, a quantia pode subir para até R$ 10 milhões.
Até agora, a Bertha Capital tinha uma visão de investimentos mais focados na indústria, tanto é que possui como investidores a Microsoft e a Multilaser. No ano passado, contudo, percebeu que havia uma demanda da agroindústria por investidas.
Segundo o CEO da Bertha Capital, Rafael Moreira, dentre as demandas recebidas que serão contempladas no fundo, estão a gestão do negócio, a digitalização e a escassez de crédito.
A aposta será feita em startups que já estejam com produtos e serviços no mercado e que possuam uma carteira de clientes consolidada.
Além disso, o faturamento anual dessas companhias deve ser superior a R$ 5 milhões, com “alto potencial de crescimento e soluções inovadoras para o agronegócio brasileiro”.
"O objetivo dessa iniciativa é impulsionar soluções inovadoras que atuem nessas áreas. Incluir o mercado de capitais neste setor de tamanho potencial e complexidade é o caminho para viabilizar a sua digitalização e construir um agro do futuro", destacou Moreira ao AgFeed.
O fundo já captou R$ 30 milhões até o momento e a expectativa é que as primeiras investidas sejam anunciadas nos próximos meses.
Além do aporte financeiro, as startups contarão com apoio direto da gestora para realizar conexões e geração de negócios com os cotistas do fundo. A Bertha deve também atuar no modelo de venture building, construindo novos negócios entre as corporações e as startups envolvidas.