Na última década, a agricultura brasileira passou por grandes transformações. A adoção em escala de recursos tecnológicos resultou no aumento explosivo da produtividade nas lavouras, na maior eficácia na gestão das fazendas e na conquista de parâmetros sustentáveis ligados às atividades no campo.

Agora, outra revolução está em curso, mas desta vez é a pecuária que aparece no centro dos holofotes. O setor descobriu nas inovações trazidas pela chamada Pecuária de Precisão uma forma de abrir as portas para o futuro.

Nesse contexto, poucas empresas têm sido tão vitais para ajudar os pecuaristas a desbravar as novas fronteiras tecnológicas quanto a multinacional dsm-firmenich empresa suíço-holandesa com atuação em quase 60 países e receitas de 12 bilhões de euros.

A companhia oferece a seus parceiros de negócios uma receita infalível: a combinação de tecnologias nutricionais com soluções digitais inéditas no mercado brasileiro.

“Com isso, oferecemos um pacote completo para os produtores alcançarem os melhores resultados possíveis”, afirma Sergio Schuler, vice-presidente de Nutrição e Saúde Animal para Ruminantes da dsm-firmenich.

“Uma boa gestão associada à nutrição correta leva inevitavelmente a ganhos de produtividade e maior sustentabilidade nas propriedades.”

Em linhas gerais, a pecuária de precisão permite a obtenção de diagnósticos precisos a respeito dos rebanhos, além de auxiliar na gestão das fazendas.

A estratégia ganhou impulso com a compra, em setembro do ano passado, da Prodap, empresa brasileira especializada em tecnologia digital para a pecuária.

De um lado, o negócio permitiu à dsm-firmenich incorporar novas tecnologias e assimilar o know how de uma companhia com mais de quatro décadas de atuação no mercado.

De outro, as soluções da Prodap ganharam tração com o apoio de uma empresa global como a dsm-firmenich, uma verdadeira máquina de inovação que conta com um time formado por 2 mil cientistas espalhados por diversas partes do mundo.

Afinal, o que a pecuária de precisão é capaz de fazer? “Nós coletamos uma quantidade massiva de dados e desenvolvemos insights valiosos em tempo real para o produtor”, responde Schuler.

De posse dos dados, os criadores conseguem corrigir erros imediatamente, evitando que se propaguem e afetem o sistema como um todo.

Dessa maneira, o profissional toma decisões que colocam o processo nos trilhos corretos. “Sendo assim, ele não tem surpresas negativas mais adiante.”

Atualmente, a plataforma digital está presente em 8 mil propriedades em todas as regiões brasileiras, somando dezoito mil usuários ativos.

Recentemente, aprimorou o seu modelo baseado em pecuária de precisão com o lançamento do algoritmo de inteligência artificial Lore, que se tornou um aliado importante dos pecuaristas, administradores e peões.

A ferramenta informa, por exemplo, se a quantidade de alimento e água oferecida ao rebanho está correta, analisa as alterações metabólicas que podem afetar a engorda e indica até mesmo se a altura da pastagem é a ideal para manter o gado saudável.

Tudo isso só é possível graças à leitura minuciosa de dados que são fornecidos por sensores instalados nas propriedades.

Ao mesmo tempo em que lê os dados, a Lore oferece algo ainda mais valioso: inteligência analítica. “Ela não apenas aponta o problema como também gera um insight que traz a solução”, afirma Sergio Schuler

Ressalte-se que a Lore é uma ferramenta agnóstica. Ou seja, ela pode ser conectada e receber informações de diferentes tipos de sensores e equipamentos – como satélites que medem a altura do pasto ou indicam a incidência pluviométrica.

O conceito geral dos sistemas de Inteligência Artificial é o aprendizado contínuo dos algoritmos. Quanto mais dados são capturados, mais a IA aprende, num processo evolutivo sem fim.

Com o tempo, a Lore evoluiu e passou a funcionar também como algoritmo de predição. A IA usa 60 parâmetros da rotina de confinamento do gado para, assim, predizer o ganho de peso dos animais sem que seja preciso pesá-los na balança.

Trata-se, de fato, de grande avanço. Um exemplo está na análise de informações como nível de consumo de alimentos, sobra nos cochos e idade dos animais. Com base nelas, o algoritmo acerta, com 98% de precisão, quanto o boi está ganhado de peso.

Com essa ferramenta de predição, portanto, os criadores conseguem ser mais assertivos nas formulações de nutrição dos animais. No final do processo, o mecanismo leva inevitavelmente ao aumento da rentabilidade no processo produtivo. No momento, a Lore é utilizada em cerca de 100 fazendas no país.

A inovação está no DNA da dsm-firmenich, que destina todos os anos 700 milhões de euros para Pesquisa & Desenvolvimento. Não à toa, a empresa tem em seu portfólio 16 mil patentes registradas.

Uma das estrelas de sua carteira de produtos é a Tortuga, uma das mais importantes marcas de suplementos nutricionais para gados de corte e leite, equídeos e pequenos ruminantes.

No Brasil, o grupo transformou o escritório de Belo Horizonte em seu Digital Hub, onde serão centralizadas as inovações digitais em nível global. Cerca de 100 profissionais trabalham no local, que tem por objetivo desenvolver novas soluções tecnológicas para o agronegócio.

Seu modelo estratégico é conhecido como “open innovation”, segundo o qual a inovação vem de todos os lugares. Atenta a essa premissa, a empresa mantém parcerias com o universo acadêmico, instituições de pesquisa e outras empresas, principalmente startups.

Não há dúvida: a notável capacidade para inovar da dsm-firmenich está em pleno funcionamento. Isso é ótimo para a empresa, mas melhor ainda para o agronegócio brasileiro.