Principal atividade econômica do País, o agronegócio é uma operação sujeita a riscos e ciclos de altas e baixas. Nos anos de safras positivas e preços agrícolas favoráveis, a produção costuma gerar boas margens para os empresários do campo.
Em períodos mais difíceis, com condições climáticas adversas ou cotações em queda das commodities, as contas podem ficar apertadas, o que muitas vezes leva o agropecuarista a trabalhar no vermelho.
O agronegócio brasileiro enfrenta atualmente um cenário desafiador. De acordo com projeção divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no início de abril, a produção nacional de grãos deverá chegar a 294,1 milhões de toneladas na safra 2023/2024. Se o número for confirmado, representará uma queda de 8% versus o volume colhido no ciclo 2022/23.
Períodos como esses reforçam a importância de se fazer um bom planejamento financeiro. “O produtor precisa sempre trabalhar com a ideia de ter uma provisão de recursos para uma eventual frustração de safra”, diz Mauro Osaki, pesquisador da área de custos agrícolas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
Como se faz isso? A resposta, ressalte-se mais uma vez, está no planejamento financeiro adequado. “Sem um plano, o produtor acaba tendo problemas de caixa para pagar o giro de curto prazo. Ele pode ter de renegociar dívidas e prorrogar pagamentos, complicando a sua capacidade de crédito para financiar a próxima safra”, acrescenta Osaki.
Nas finanças, o princípio é o mesmo da atividade agropecuária: bons insumos e boas práticas sempre geram melhores resultados na colheitas.
“O planejamento financeiro traz previsibilidade ao produtor rural”, diz Cassio Rodrigues, diretor da consultoria Exagro. “Com ele, o produtor consegue construir uma visão de médio e longo prazos, especialmente para lidar com as variabilidades inerentes à produção rural, como clima e pragas.”
Maior parceiro privado do agro brasileiro, o Bradesco oferece diversas soluções para ajudar os produtores a realizar um bom planejamento financeiro.
O banco, de fato, está na linha de frente em se tratando de ferramentas voltadas para o agronegócio. Suas soluções incluem diversas modalidades de crédito destinadas tanto para os pequenos quanto para os médios e grandes produtores.
Além disso, o Bradesco possui 14 plataformas de atendimento localizadas nas principais regiões produtivas do Brasil. Entre outros serviços, as plataformas oferecem assessoria especializada no setor. Iniciativas como essas são vitais para ajudar os produtores a enfrentar, sem sustos, os desafios típicos da produção agrícola.
Ao todo, o banco possui uma carteira de crédito para o agro superior a R$ 100 bilhões, 544 agências dedicadas a esse ramo e mais de 2 milhões de produtores rurais correntistas.
Afinal, o que o produtor precisa fazer para construir um bom planejamento financeiro? “Ele tem de encarar a atividade que exerce como um exercício profissional e, a partir daí, buscar as fontes de aprendizado, como um curso de finanças ou uma pós-graduação”, responde o consultor Cassio Rodrigues, da Exagro. “Ele também pode buscar recursos externos, como a ajuda de assessor financeiro.”
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem fomentado iniciativas desse tipo. No ano passado, a entidade assinou uma parceria com a B3 Educação para capacitar profissionais do agro.
O acordo prevê a realização de estudos sobre inclusão financeira no setor e a criação de projetos educacionais, como cursos, palestras e oficinas. A parceria também abrange a produção e divulgação de materiais educativos.
A entidade também estuda o uso dos recursos da inteligência artificial ChatGPT para melhorar a disseminação do planejamento financeiro no campo.
Há outras iniciativas para aproximar o mercado de capitais do agronegócio. Em 2021, a CVM editou uma Resolução que permitiu a criação dos Fiagros, como são chamados os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais.
Os Fiagros caíram rapidamente no gosto do mercado. Em fevereiro, superaram pela primeira vez o número de 500 mil investidores no Brasil.]
Ao adquirir conhecimento e ter acesso a novos produtos, o agropecuarista aumenta as chances de fazer uma boa gestão das suas finanças e do seu negócio.
“A administração eficaz diminui custos e melhora resultados”, resume Fabio Pereira, coordenador de gestão de agricultura da Rehagro, empresa especializada na disseminação de conhecimento para o setor.
Nesse aspecto, desbravar o mercado financeiro e as melhores opções de investimentos, de acordo com o perfil, horizonte de tempo e objetivos, é quase tão importante quanto o conhecimento agronômico aplicado nas lavouras.
Se nas atividades do campo engenheiros agrônomos são indispensáveis, a boa assessoria financeira, realizada por profissionais qualificados, também é vital no ramo dos investimentos.
Nos últimos anos, o aumento da competição entre todos os segmentos e as incertezas pertinentes à produção – como eventos climáticos extremos e até mesmo conflitos geopolíticos, que provocam efeitos nos preços das commodities – impulsionaram a profissionalização do setor.
A cultura de não dedicar muito tempo à organização financeira já foi muito enraizada no campo. Felizmente, essa realidade está mudando.
Lembre-se de consultar o seu gerente ou especialista de investimentos para buscar a melhor solução financeira de acordo com os seus objetivos.