Em maio passado, o CME Group alcançou uma marca histórica. Naquele mês, a principal bolsa de derivativos do mundo negociou 26 milhões de contratos. Além de representar um crescimento de 4% na comparação anual, trata-se do maior volume de transações registradas nesse mercado.

Boa parte do desempenho deve ser atribuída ao segmento de derivativos agrícolas, que tem atraído um número cada vez maior de investidores – inclusive brasileiros, que desde 2021 podem operar derivativos no exterior com as mesmas regras do mercado nacional.

O avanço do agronegócio tem impulsionado os instrumentos financeiros voltados para o setor. Com isso, a compreensão dos aspectos relacionados a essa indústria se tornou fundamental para os profissionais do ramo – e para os investidores que buscam diversificar as suas carteiras.

No Brasil, a Ágora, a casa de investimentos do Bradesco, tem contribuído para a consolidação dos derivativos agrícolas como um produto financeiro indicado para os diferentes perfis de profissionais do campo.

“O nosso trabalho consiste em entender no detalhe qual é a necessidade do cliente e montar para ele a solução mais personalizada possível dentro dos mercados da B3”, diz Bruno Racioppi, head da mesa de futuros da Ágora.

Mas, afinal, o que são derivativos agrícolas? Embora produtos desse tipo tenham avançado nos últimos anos, ainda persiste certo grau de desconhecimento sobre o tema.

Em linhas gerais, os derivativos são instrumentos financeiros vinculados a outros ativos – ações, índices de referência ou commodities, entre outros.

Para entender como os derivativos funcionam, é preciso conhecer o chamado “mercado futuro.” De forma simplificada, o mercado futuro é o ambiente onde são negociados os derivativos.

As negociações em mercados futuros funcionam basicamente como um acordo de compra ou venda. Para simplificar: os contratos futuros representam um compromisso de comprar ou vender determinada quantidade de um ativo em data futura.

Todos os contratos seguem um padrão para que os investidores possam ter certeza de que estão negociando exatamente as mesmas características e nas mesmas condições. Por serem padronizados, os contratos futuros atendem a um número maior de investidores e, assim, possuem maior liquidez.

Os mercados futuros possuem diversos atributos. Eles servem, por exemplo, de proteção para o investidor que precisa evitar perdas e, ao mesmo tempo, se resguardar das oscilações de mercado.

O instrumento também funciona como especulação – ou seja, para aquele investidor que atua no mercado em busca de lucros, a despeito das oscilações.

Outra característica é atuar como arbitragem. Nesse caso, os mercados futuros são indicados para o investidor que procura lucrar com as discrepâncias de preços de um mesmo produto em mercados diferentes.

É fácil entender como os mercados futuros funcionam. Digamos que um produtor precise vender cada saca de soja pelo valor mínimo de US$ 22,50, de forma a obter lucro com a sua produção.

Vamos considerar que a saca esteja cotada a US$ 25,50, mas o cenário econômico indica que o preço poderá entrar em tendência de queda.

Para se proteger desse prejuízo na venda física, ele poderá comprar uma opção de venda e obter lucro financeiro mesmo em um contexto de queda do preço, compensando a perda no mercado físico. Para ficar mais claro: esse modelo é parecido com a realização de um seguro.

Os exemplos se sucedem. Vamos considerar que um grupo de granjas precisará comprar milho de seu produtor daqui a alguns meses. Segundo as suas estimativas, poderão pagar, no máximo, R$ 65 por saca para manter os custos sob controle, sendo que valores acima disso prejudicariam a maximização do lucro projetado.

Nesse contexto, a indústria realiza uma operação para que possa manter a sua margem de lucro caso o cenário de alta de preços ocorra. Sendo assim, adquire-se uma opção de compra (call) de milho com preço de exercício em R$ 61,50, pagando R$ 3,20 de prêmio. Caso a cotação do milho suba, o granjeiro trava o preço de compra da mercadoria nesse nível.

“Muitos produtores não fazem o devido hedge (proteção de ativos) ou não conseguem desfrutar da previsibilidade que o mercado futuro proporciona”, diz Racioppi.

Isso é importante em momentos de instabilidade ou de estresse no mercado, quando fortes altas ou quedas bruscas nos preços agrícolas ocorrem com mais frequência.

“Especialmente nesses períodos, nossas soluções ficam mais palpáveis para os clientes”, destaca o head de mesa de futuros da Ágora.

Nesse aspecto, o trabalho educacional da Ágora tem exercido papel cada vez mais relevante. Com seu time de especialistas de investimentos, a casa leva conhecimento profissionais do campo, provendo soluções que os ajudam a proteger seu patrimônio e, claro, obter melhores retornos financeiros.

“Fazemos esse trabalho educacional com todo e qualquer tipo de investidor”, diz Racioppi. “Desde o iniciante que tem uma pequena produção e precisa de um contrato futuro para ter algum tipo de proteção até os grandes produtores, que muitas vezes não têm conhecimento sobre os melhores serviços financeiros.”

O gestor toca em outro aspecto importante. O cliente do Bradesco não tem acesso apenas ao crédito rural do banco. Com a Ágora, ele usufrui de grande diversidade de serviços financeiros – inclusive contratos no mercado de derivativos.

“O produtor pode fazer o dia a dia dele junto do banco, mas consegue, com a nossa ajuda, encontrar diferentes soluções financeiras e acessar todo o mercado da B3”, acrescenta Racioppi.

Para desbravar o abrangente universo dos investimentos, a Ágora criou uma plataforma de educação, a Ágora Academy, que tem por objetivo levar conhecimento sobre educação financeira e investimentos para profissionais de diversas áreas, inclusive do agronegócio.

“Nossa missão central é democratizar a educação financeira”, afirma Eduardo Medeiros Reis Filho, especialista da Ágora. A julgar pelos números superlativos da instituição, esse propósito tem sido bem-sucedido.

A Ágora Academy oferece cursos gratuitos, trilhas de capacitação e cursos de MBA, entre outras atividades, e já formou mais de 30 mil alunos.

Na área do agro, a casa mantém uma produtiva parceria com a FIA Business School, que resultou em uma trilha de conhecimento voltada para esse setor.

“Essa trilha envolve finanças corporativas, produtos financeiros, derivativos, créditos, entre muitos outros produtos voltados para o agronegócio”, diz o professor Marcos Piellusch, que ministra diversos cursos ligados ao universo agro na Ágora Academy.

Para oferecer uma formação mais robusta, lembra Piellusch, a Ágora Academy criou um MBA focado no universo agro.

O MBA está ancorado em três pilares: o primeiro deles abrange o conhecimento do agronegócio para aquele aluno que não está muito familiarizado com o tema – um exemplo seria um profissional de corretora que começou a atuar na cadeia do agro.

O segundo pilar aborda conceitos de gestão, enquanto o terceiro consiste em finanças aplicadas ao agronegócio. “O pilar de finanças é abrangente, contendo desde disciplinas de contabilidade até de derivativos agrícolas”, afirma o professor.

Seu diferencial é o que o mercado de ensino chama de abordagem integrada, construída a partir da união de professores com forte base acadêmica e profissionais do mercado financeiro e do agronegócio.

O conteúdo abrange desde a compreensão das cadeias do agronegócio à formação de preços, passando pela avaliação das empresas do setor e o funcionamento do mercado de derivativos, entre outras abordagens.

São 510 horas de aulas online gravadas, contemplando encontros semanais ao vivo em que os alunos podem esclarecer dúvidas, interagir com colegas e conhecer melhor os professores.

Embora a trilha de agronegócio já exista há um bom tempo na Ágora Academy, ainda esse ano, teremos o lançamento da primeira turma do MBA.

Segundo a Ágora, o MBA destina-se a traders ou brokers que operam ativos e derivativos de agronegócio, profissionais de back office, especialistas em finanças, entusiastas do agro, empresários do setor ou investidores interessados em aplicar seus conhecimentos sobre finanças agrícolas.

Para participar, os requisitos exigidos são formação superior completa com título reconhecido pelo MEC, também é desejável que o candidato tenha dois anos de experiência profissional relevante no ramo e capacidade de leitura em língua inglesa.

Para mais informações, acesse o site.