De novo no vermelho, Fertilizantes Heringer vê queda nas entregas de adubos no trimestre

O ano de 2025 da Fertilizantes Heringer é melhor do que o de 2024, mas a caminhada por dias tranquilos ainda é longa.

No último balanço da empresa, referente ao terceiro trimestre de 2025, mais um resultado líquido no vermelho, desta vez, de R$ 13 milhões. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, houve avanço de 43% no prejuízo.

O terceiro trimestre veio no vermelho e ampliou o prejuízo de R$ 17 milhões já visto no segundo trimestre deste ano. Apesar disso, no ano a empresa ainda opera no azul.

No acumulado dos primeiros nove meses de 2025, o resultado líquido da Fertilizantes Heringer é positivo em R$ 17 milhões, ainda reflexo de um primeiro trimestre que registrou lucro de R$ 59 milhões.

Em perspectiva, os resultados estão melhores, já que no mesmo intervalo de janeiro a setembro de 2024, o prejuízo líquido era de quase R$ 500 milhões.

Segundo o documento, divulgado ao mercado na noite de sexta-feira, 7 de novembro, o desempenho negativo é reflexo de margens ainda comprimidas, além de um peso de despesas financeiras, principalmente ligadas à dívida da recuperação judicial, em vigor desde 2019.

A receita líquida se manteve praticamente estável em um ano, atingindo R$ 1,5 bilhão no trimestre. A empresa, contudo, viu os volumes entregues caírem 16% no trimestre. O custo dos produtos vendidos (CPV), mostrou também estabilidade em R$ 1,4 bilhão, “comendo” praticamente todo o faturamento.

De acordo com o balanço, a Heringer entregou 582 mil toneladas de produtos, com destaque para as vendas para as culturas de café (36% do total) e soja (32% do total).

No mesmo trimestre do ano anterior, as entregas somaram 696 mil toneladas. A companhia citou ainda um aumento dos custos das matérias-primas, como ureia, MAP e cloreto de potássio.
Considerando o acumulado do ano de 2025 - de janeiro a setembro - as entregas somam 1,2 milhão de toneladas, baixa de 19% em um ano.
Em síntese, a companhia vendeu menos, repassou parte da alta dos insumos aos preços, mas não o suficiente para recuperar rentabilidade. O resultado operacional negativo e os encargos financeiros mantiveram a operação no vermelho.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi negativo em R$ 2,1 milhão, patamar estável em um ano.
As despesas financeiras somaram R$ 15 milhões, considerando um pagamento de juros referente à RJ de cerca de R$ 52 milhões compensada por um ganho com a variação cambial de R$ 67 milhões.