Cooperalfa investe R$ 300 milhões para produzir biodiesel e prevê faturar R$ 10 bi em 2025

O roteiro parece repetido e, em partes, até é. Assim como a Coamo e a Cotrijal, a Cooperalfa (Cooperativa Agroindustrial Alfa) vai investir para entrar no mercado de biocombustíveis.

A cooperativa desembolsará R$ 300 milhões para construir uma indústria de processamento de biodiesel com capacidade produtiva de mil toneladas por dia.

O primeiro vice-presidente da Cooperalfa, Cládis Jorge Furlanetto, explicou ao AgFeed que o investimento é dividido em duas partes.

Há dois anos, a cooperativa ampliou a capacidade de uma de suas indústrias de soja, que passou de 700 toneladas por dia para 2,4 mil toneladas por dia.

Ele conta que essa unidade, ao fazer a extração de solvente, gerava um óleo bruto degomado e farelo de soja. A cada mil toneladas de soja, 75% viram farelo, 18%, óleo e 3%, casquinha de soja. A parte do óleo será destinada à produção de biodiesel.

“O que estamos fazendo é ampliar a capacidade dessa primeira indústria de 2,4 mil toneladas por dia para 3 mil toneladas. Ampliando a originação e produzindo o biocombustível”, disse em entrevista realizada durante o GAFFFF 2025.

Esse é o investimento central da cooperativa em 2025, que no ano passado, alocou pouco mais de R$ 400 milhões para a aquisição de áreas de terra e outras obras.

A ideia em 2025 é crescer em faturamento, saindo de R$ 8,8 bilhões de receita em 2024 para R$ 10 bilhões em 2025, uma alta de 15%.

Apesar da sede em Chapecó (SC), a Cooperalfa atua, além do estado catarinense, no Paraná, Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul. A cooperativa possui indústrias focadas no processamento de soja, milho, feijão, ração e até um moinho de trigo, com capacidade para 600 toneladas por dia do cereal.

A Cooperalfa é uma das 14 cooperativas que fazem parte da Aurora Coop, sendo nove em Santa Catarina, quatro no Paraná e uma no Mato Grosso do Sul. Segundo Furlanetto, a Cooperalfa é a maior do sistema, e com isso, também possui na sua base de 23,2 mil cooperados, produtores de leite, suinocultores e avicultores.

“Se você é um produtor de leite cooperado, você tem um contrato vinculado com a Cooperalfa prevendo a entrega de uma quantidade determinada. E nós vendemos para a Aurora que faz a parte industrial e de vendas ao mercado”, explicou o vice-presidente.

As 15 cooperativas do sistema, considerando também a própria Aurora, que sozinha faturou mais de R$ 24 bilhões, somaram uma receita bruta de R$ 69,2 bilhões em 2024.

Além da parte produtiva, a Cooperalfa possui mais de 50 supermercados e cerca de 100 revendas agropecuárias.

Furlanetto explica que, do faturamento de R$ 8,8 bilhões de 2024, a maior parte, quase R$ 3 bilhões, vem da operação industrial. O restante se divide entre o recebimento da produção, supermercados e da operação com as revendas.

Dos mais de 23 mil cooperados, 15 mil estão em Santa Catarina, 4 mil no Rio Grande do Sul, 2 mil no Mato Grosso do Sul e o restante no Paraná. O perfil, segundo ele, são pequenos produtores, com uma área média de 20 hectares.