Depois de um 2024 no vermelho e em meio a uma movimentação do grupo Ultra em reorganizar a empresa, a Hidrovias do Brasil começou 2025 com outro clima, revertendo o prejuízo registrado no início do ano passado em um lucro de R$ 23 milhões no primeiro trimestre deste ano.

A empresa viu sua receita líquida avançar 23% na comparação com o primeioro trimestre de 2024 e bater R$ 550 milhões entre janeiro e março deste ano. A companhia divulgou seus resultados na noite desta segunda-feira, 5 de maio.

Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o faturamento mais que dobrou. De acordo com a empresa, o montante foi reflexo de “um maior volume movimentado, resultado da melhoria das condições de navegação no Corredor Sul, bem como o ajuste de tarifas no Corredor Norte, que compensou parcialmente a redução de volume neste corredor pelo atraso na entrada de volume de soja no sistema”.

Ao longo do trimestre, a empresa transportou 4,16 milhões de toneladas de produtos, sendo 1,8 milhão do Corredor Norte, que envolve os portos do chamado Arco Norte, e 1,08 milhão do Corredor Sul, que engloba a hidrovia Paraná-Paraguai.

O restante se dividiu entre navegação costeira (769 mil toneladas) e pelo Porto de Santos (440 mil toneladas).

A operação no Corredor Norte veio ligeiramente menor em um ano, com queda de 20% nos grãos transportados, mas com alta de 38% nos fertilizantes. O volume no Corredor Sul subiu 54%, puxado pelo volume transportado de minério de ferro.

No trimestre, o Ebitda ajustado recorrente atingiu R 256 milhões, número 54% maior em um ano. A empresa citou no balanço que houve ajustes de tarifa no Corredor Norte, que compensaram o menor volume movimentado. Por lá, contudo, a empresa citou um “atraso na colheita de soja”.

No Corredor Sul, a Hidrovias do Brasil também afirma que os investimentos feitos em dragagem e derrocagem ajudaram os resultados do trimestre, bem como um maior volume de chuva.

Mesmo sem computar no balanço, a empresa anunciou a venda da operação de navegação costeira para a Norsul, num negócio de R$ 715 milhões (sendo R$195 milhões referentes ao valor do patrimônio (equity value) e R$ 521 milhões de saldo de dívida).

“Reforçamos o foco estratégico da companhia, otimizando seu portfólio e contribuindo para a redução da alavancagem financeira”, pontuou no release de resultados.

Além disso, a empresa aprovou um aumento de capital de até R$ 1,2 bilhão, num processo que terá a garantia da Ultrapar. “Isso permite a retomada da agenda de crescimento, com foco em investimentos no Corredor Norte, desalavancagem e geração de valor aos acionistas”, acrescentou a empresa em seu balanço.

A dívida líquida da Hidrovias encerrou o trimestre em R$ 3,9 bilhões, um avanço frente aos R$ 3,3 bilhões do ano passado. A alavancagem estava em 5,9 vezes o Ebitda ao final de março.