Depois de ter visto suas ações despencarem quase 20% na bolsa chinesa de Shenzen ao longo do último mês, a fabricante de insumos agrícolas Adama, subsidiária da Syngenta, agora projeta ter fechado o ano de 2024 com um recuo significativo em seu faturamento – seguindo uma tendência já vista no ano passado.

Segundo estimativas da empresa, o faturamento deve variar entre US$ 3,934 bilhões e US$ 4,348 bilhões, montante que representa uma retração de 7% a 16% em relação ao ano anterior, quando havia registrado US$ 4,661 bilhões (que já indicava uma queda de 16% em relação a 2022).

Os dados são preliminares e foram divulgados pela companhia nesta quarta-feira, dia 22 de janeiro. O balanço do ano em si será publicado no dia 13 de março.

O faturamento menor é reflexo especialmente dos preços mais baixos dos insumos ao longo de 2024, segundo a Adama, “devido aos padrões de compras just-in-time [apenas quando necessário, em tradução para o português], em função da volatilidade dos preços e de um ambiente de taxas de juros mais altas, apesar da melhora nos níveis de estoque dos canais.”

A subsidiária da Syngenta também projeta um prejuízo líquido ajustado que pode variar entre US$ 151 milhões e US$ 261 milhões, em comparação com um prejuízo de US$ 236 milhões registrado em 2023.

A possível redução no prejuízo, segundo a Adama, é atribuída ao aumento do lucro operacional ajustado e à diminuição das despesas financeiras.

Nem todas as notícias são ruins, no entanto. A companhia também antecipou que os volumes de vendas do quarto trimestre de 2024 foram mais altos em relação ao quarto trimestre de 2023, sem revelar também os números exatos das vendas.

Além disso, a Adama parece estar colhendo os primeiros frutos de um programa que lançou no começo de 2024, chamado Fight Forward, que tinha a expectativa de melhoria de seus resultados ao longo de três anos.

A companhia disse que espera reportar a expansão dos valores de Ebtida (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado e da margem Ebtida na comparação com 2023, ainda que não tenha revelado o percentual de crescimento ou números esperados para essa linha do balanço. Em 2023, o Ebtida ajustado foi de US$ 407 milhões.

“Apesar da redução no faturamento, o Ebtida ajustado e sua margem melhoraram devido a um aumento na margem bruta, refletindo principalmente o impacto positivo de menores custos de novos estoques vendidos, um mix de vendas melhorado para produtos de margem mais alta e controle contínuo das despesas operacionais, tudo após a implementação do plano Fight Forward”, informou a Adama.

A companhia também antecipou que os volumes do quarto trimestre de 2024 foram mais altos em relação ao quarto trimestre de 2023, quando havia registrado um faturamento de US$ 1,136 bilhão, sem revelar também os números exatos das vendas.

Com sede em Israel, a Adama é listada na Bolsa de Shenzen, da China. No pregão desta terça-feira, dia 22, que se encerrou às 4h da manhã no horário de Brasília, as ações da companhia subiam 0,35%.

Mas, ao longo do último mês, os papéis vinham apresentando resultados ruins e acumularam, no período, uma queda de 19,69%, segundo dados da plataforma TradingView.