Um dos maiores desafios das empresas familiares é manter seus legados vivos com o passar dos anos. Segundo estudo global feito pela consultoria PwC, apenas 36% das companhias desse tipo chegam firmes e fortes à segunda geração.

À medida que o tempo avança, a taxa de sobrevivência cai: só 19% alcançam a terceira geração e modestas 7%, a quarta.

Números como esses explicam por que o planejamento patrimonial e sucessório é tão importante. No agronegócio, dadas as suas particularidades, a questão é ainda mais vital.

“O agro tem uma singularidade: muitas vezes, a história da propriedade rural se confunde com a própria trajetória da família. E essa conexão entre família e negócios precisa ser fortalecida com uma governança bem estruturada desde cedo e que permita muitos caminhos possíveis, inclusive o da profissionalização da gestão”, afirma Márcio Renato Ribeiro, Superintendente Executivo de Wealth Planning do Bradesco Global Private Bank.

O agro demanda conhecimento, inovação, proximidade e transferir toda essa bagagem e experiência não é algo tão simples.

Outro grande desafio é a centralização da tomada de decisão que acaba sendo muito frequente no ecossistema do agronegócio e pode ser um complicador para a implementação de uma governança bem-sucedida, destaca Marcio Renato.

Além disso, as próprias mudanças na sociedade impõem desafios adicionais à sucessão familiar no campo, conforme aponta o executivo.

Hoje em dia, os integrantes das famílias de produtores rurais dispõem de múltiplas oportunidades de carreira fora do campo. Eles podem estudar em outras regiões e países e optar por permanecer fisicamente distantes ou simplesmente escolher trilhas profissionais desconexas do meio rural.

Outro grande desafio é da convivência multigeracional que vem se acentuando a medida em que a expectativa de vida aumenta. E, com as pessoas vivendo mais, o convívio profissional e necessidade de conciliar os interesses de diferentes gerações é inevitável.

Tudo isso só reforça o papel indispensável do planejamento sucessório.

“Ele precisa ser pensado desde cedo, como um processo essencial para garantir a preservação do legado e das relações familiares ao longo do tempo”, afirma Poliana Simas, Especialista em Wealth Planning do Bradesco Global Private Bank.

“Com o planejamento sucessório e a implementação de regras de governança claras, é possível definir o papel e as responsabilidades de cada membro da família, diz Shirley Ambrosio, também Especialista em Wealth Planning do Bradesco Global Private Bank.

“Nem sempre os herdeiros terão aptidão para gerir o negócio familiar e uma governança eficaz trará as diretrizes para lidar com esta questão, e os critérios a serem observadas para o exercício da gestão”.

O maior risco de uma sucessão não planejada é o surgimento de conflitos entre os herdeiros, que muitas vezes levam à destruição dos relacionamentos familiares.

As especialistas do banco também dizem que, se a transição entre as diferentes gerações não for bem executada, a sustentabilidade das empresas rurais fica comprometida, com danos aos valores, tradições e patrimônio construídos com muito suor ao longo dos anos.

Além disso, o planejamento patrimonial no agro tem peculiaridades tributárias próprias que precisam ser muito bem avaliadas.

“A transmissão das terras por meio de uma holding rural torna mais fácil a divisão dos bens na sucessão, uma vez que os imóveis são substituídos por cotas. No entanto, é preciso avaliar qual o impacto da tributação da renda da atividade rural na empresa. Em geral, a carga tributária da renda e do ganho de capital decorrente da venda das terras é menor na pessoa física, mas é preciso avaliar caso a caso e traçar estratégias”, explica Shirley.

Mas, afinal, o que as famílias devem fazer para assegurar um processo seguro de passagem de bastão entre as gerações?

É aí que a área de Wealth Planning do Bradesco Global Private Bank entra em cena, com soluções capazes de tornar essa jornada mais suave e eficaz.

A área de Wealth Planning do Bradesco Global Private Bank realizou 97 eventos no ano passado, sendo 90 presenciais e 7 remotos

Uma das iniciativas nessa direção é o Agro Day, evento presencial em que profissionais do banco fazem uma imersão no ecossistema do agro.

“Nessas ocasiões, falamos de governança, sucessão, planejamento patrimonial, inovação, entre muitos outros temas relevantes para o setor”, diz Poliana Simas.

O Bradesco também participa de todas as grandes feiras agrícolas do país, mantendo-se próximo de produtores e dos diferentes profissionais conectados ao campo.

Outro aspecto que diferencia o Bradesco no mercado é o trabalho de consultoria em governança familiar e empresarial.

Num dos formatos desse projeto, os especialistas do banco convidam consultores externos e passam três dias com os empreendedores rurais, olhando para os desafios, oportunidades e dificuldades que envolvem o núcleo familiar.

Também chamam a atenção os eventos de “conexões”, nos quais grupos de até oito famílias diferentes podem trocar experiências e impressões. E o Family Day, dedicado a reunir as diferentes gerações de uma família num mesmo dia e espaço para uma análise de oportunidades, eficiência e riscos na composição, patrimonial, familiar e governança existentes.

Para se ter ideia do trabalho que vem sendo feito, a área de Wealth Planning do Bradesco Global Private Bank realizou 97 eventos no ano passado, sendo 90 presenciais e 7 remotos.

A equipe de Wealth do Bradesco é uma das maiores do mercado brasileiro – são 11 profissionais que se dedicam em tempo integral a apoiar as famílias em diversas abordagens.

“Nós trabalhamos o conceito de sucessão com o olhar de continuidade da história de cada família, como um caminho em que é possível perpetuar os seus valores”, diz Márcio Renato Ribeiro.

As famílias são uma das fortalezas do agronegócio brasileiro. Ajudá-las a preservar o seu legado contribui, portanto, para o próprio crescimento do setor mais dinâmico da economia do país.