O segundo trimestre foi desafiador para muitas das empresas do agronegócio listadas na B3 e com a Terra Santa Agrícola, que tem como um dos focos o arrendamento de áreas de lavoura, não foi diferente.
A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 694 mil, revertendo o lucro de R$ 5,4 milhões no mesmo período de 2023. Os preços mais baixos das commodities e a quebra de safra recente são alguns dos fatores que influenciam os resultados.
Em seu balanço financeiro, a Terra Santa explica que tal prejuízo vem do impacto no resultado operacional, em R$ 9,5 milhões, na comparação anual, refletindo a redução da receita do arrendamento em meio à queda de preço da soja na safra 2023/24.
Além disso, houve aumento das despesas operacionais e impacto negativo com a valorização do dólar de quase 12% entre abril e junho.
Desta forma, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) derreteu 59,8% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, para R$ 6,47 milhões. A margem Ebitda ficou em 36,4%, queda de 28,3 pontos percentuais.
A receita líquida da companhia foi fortemente impactada pela queda no faturamento com os arrendamentos. Diante disso, a receita consolidada da Terra Santa somou R$ 18,5 milhões, total 28,2% abaixo do registrado no segundo trimestre do ano anterior.
Os arrendamentos geraram receita de R$ 17,1 milhões, recuo de 30,8%. Segundo a companhia, o resultado reflete a apropriação de 25% da receita de arrendamento da safra 2023/24, que teve a contabilização iniciada em setembro de 2023 e será finalizada em agosto de 2024. O resultado também é atribuído a queda de 32% no preço fixado da saca de soja na última safra, de R$ 101,71, enquanto o preço foi de R$ 149,19 por saca na safra 2022/23.
Por outro lado, a receita com aluguéis teve salto de 136,9%, para R$ 175 mil, vinda do recebimento da locação da sede da empresa em Nova Mutum (MT) e da unidade de Rosário do Sul (RS).
Já as despesas operacionais da empresa somaram R$ 10,9 milhões, aumento de 28,5% no comparativo anual, influenciadas pelo aumento dos gastos atrelados a assessorias e serviços de terceiros, como também de contratação de laudos e pareceres em demandas judiciais. A Terra Santa diz que teve outras despesas com pessoal e aumento da remuneração dos administradores.
Ao fim de junho, a dívida líquida da companhia era de R$ 67,6 milhões, abaixo dos R$ 117,4 milhões reportados ao fim do primeiro trimestre. Desta forma, a alavancagem financeira (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) ficou em 1,36x, abaixo do registrado de janeiro a março, de 1,99x.
A Terra Santa Agrícola encerrou o segundo trimestre com sete fazendas, localizadas em Mato Grosso, que somam área total de 80,5 mil hectares. Desses, 39,2 mil hectares estão arrendados, no qual cinco fazendas são arrendadas para a SLC Agrícola. Os imóveis têm valor líquido de R$ 2,8 bilhões.