A AGCO Corporation, multinacional americana dona das marcas de mpaquinas agrpicolas Massey Ferguson, Valtra, Fendt e também da recém formada companhia de agricultura digital PTx Trimble, vai cortar até 6% de sua força de trabalho global nos próximos meses.
A medida é a principal ação incluída em um programa de reestruturação anunciado esta semana, através de um documento protocolado na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), “em resposta à demanda enfraquecida no setor agrícola”.
A AGCO já havia comunicado, no início de 2024, um corte de produção de 10% nos Estados Unidos, diante dos altos estoques tratores e colheitadeiras mantidos por seus concessionários. Agora, os cortes atingiram novas áreas.
“A fase inicial do programa está focada em reduzir ainda mais os custos estruturais, racionalizar a força de trabalho da empresa e aumentar a eficiência global relacionada à mudança do modelo operacional para determinadas funções corporativas e de back-office e melhor alavancar a tecnologia e os centros globais de excelência”, diz o documento.
Antes de obter o resultado, entretanto, a AGCO estrima que terá de desembolsar valores que variam entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões com encargos acarretados por rescisões de contratos.
A empresa espera que a maioria desses cortes aconteçam em 2024 e no primeiro semestre de 2025. Uma vez implementada, a reestruturação deve gerar benefícios e economia de custos de até US$ 125 milhões por ano.
“Neste momento, a companhia não pode quantificar os encargos e benefícios relacionados a possíveis fases futuras do programa”, diz o comunicado.
O percentual de cortes será baseado na força de trabalho empresgada pela AGCO em 31 de dezembro de 2023. Na ocasião, a empresa tinha 28 mil funcionários em todo o mundo. Assim, as demissões devem significar o corte de cerca de 1,6 mil postos.
O anúncio da AGCO soma-se a outros já feitos por outras gigantes do setor, como John Deere e CNH.
No início de junho, mais de 80 mil funcionários da John Deere receberam uma carta assinada pelo CEO global, John May, informando que a companhia realizaria, até o final de julho, quando se encerra o terceiro trimestre do ano fiscal da empresa, cortes de pessoal em escala mundial.
May também justificou a decisão com a necessidade de adequar seus custos operacionais à demanda mais fraca prevista para os próximos meses. “Infelizmente, isso significa a partida de muitos colegas talentosos e dedicados”, afirmou May na carta.
Já a CNH, o anúncio de reestruturação veio no final do ano passado, com uma estimativa de redução de 5% da força de trabalho. Em janeiro, a companhia comunicou que o plano incluía uma significativa redução nos níveis de liderança.
No final de abril, o próprio CEO, Scott Wine, comunicou sua saída da empresa, que será efetivada no início da próxima semana. E no começo de junho, Derek Nielson, presidente da divisão agrícola do grupo, também se desligou do grupo.