No início de 2024, a CNH, gigante multinacional da indústria de máquinas dona das marcas Case e New Holland, anunciou que seu plano de reestruturação e cortes de pessoal incluiria uma redução em sua equipe de liderança global.
Menos de um semestre depois, dois dos principais líderes dessas mudanças revelaram sua decisão de deixar a companhia, em movimentos que surpreenderam o mercado.
O primeiro deles, no final de abril, foi o CEO, Scott Wine, que comunicou sua saída, que será efetivada em 1 de julho próximo, com a justificativa de que buscaria novos objetivos pessoais.
Nesta segunda-feira, 3 de junho, foi a vez de Derek Nielson, presidente da divisão agrícola do grupo, informar a sua partida. Assim como o antigo chefe, o motivo seria, segundo comunicado divulgado pela empresa, para dedicar-se a um projeto como empreendedor.
A data de saída de Nielson, que construiu uma carreira de 25 anos na CNH, chegando a atuar como CEO interino em 2018, não foi especificada, mas deve ocorrer ao longo do segundo semestre. Também não foi designado ainda um sucessor para ele na função.
Já o lugar de Wine deve ser ocupado por Gerrit Marx, que se despede da fabricante de caminhões Iveco. “Esperamos que Marx traga a mesma energia e foco que demonstrou tão eficazmente ao liderar a Iveco para o seu novo papel, num momento em que a CNH está a navegar no atual ciclo descendente do mercado”, disse, na ocasião do anúncio da saída de Wine, a presidente do Conselho do grupo CNH, Suzanne Heywood, em um comunicado.
Ela voltou a se manifestar por meio de nota agora para comentar a nova mudança, pontuando que o executivo teve um papel “crítico na nossa transformação contínua”.
Os dois principais executivos deixam a companhia em um momento especialmente complexo do mercado. No mês passado, a empresa reportou um resultado líquido de US$ 402 milhões no primeiro trimestre de 2024, o que significa uma redução de 17% em relação ao ano anterior.
A empresa alegou que o resultado está relacionado à menor demanda por equipamentos tanto na área agrícola como na de construção civil. O movimento mais lento de mercado já era previsto pela CNH desde o ano passado, quando a companhia iniciou um processo de demissões que resultou, segundo a própria companhia, em uma redução de 5% na força de trabalho.
Em janeiro passado, a CNH informou que iria promover uma redução também na sua equipe de liderança global. A empresa afirmou, então, que pretende focar no que chama de “prioridades estratégicas”, principalmente em tecnologia.