A Nvidia é a atual sensação do mercado de ações nos Estados Unidos. A fabricante de microprocessadores de alta capacidade surfou na onda da inteligência artificial (IA) e teve uma valorização de mais de 100% nos pregões nos últimos 12 meses, atingindo valor de mercado, nesta sexta-feira 10 de maio, de US$ 2,2 triilhões.
O montante é 12 vezes maior que o da tradicional fornecedora de chips Intel e coloca hoje a empresa entre as cinco maiores em capitalização nas bolsas americanas, perto de gigantes como Apple e Microsoft, ambas na casa dos US$ 3 trilhões, e à frente até mesmo da Alphabet, dona do Google, que vale hoje US$ 1,8 trilhão.
Pois essa gigante tecnológica tem também um olhar no agro. Na semana passada, a Nventures, braço de venture capital da companhia, anunciou um investimento – de valor não revelado – na Carbon Robotics, startup com sede em Seattle, nos Estados Unidos, que produz robôs autônomos para controle de pragas nas lavouras.
A única pista sobre o tamanho do aporte foi dado pela própria Carbon Robotics, que informou ter sido superior ao levantado pela empresa em uma rodada de série C ralizada no ano passado.
Na ocasião, a agtech captou US$ 43 milhões de investidores como Sozo Ventures, Anthos Capital, Fuse Venture Capital, Ignition Partners, Liquid2 e Voyager Capital. No total, até a chegada da Nventures, as rodadas haviam rendido US$ 80 milhçoes em capital para a empresa.
A inteligência artificial é parte essencial do trabalho da Carbon Robotics, criada em 2018. O principal produto da empresa é uma máquina autônoma, dotada de visão computacional, que percorre as lavouras, identifica plantas daninhas e as “pulveriza” com feixes de laser, que literalmente as incineram.
Chamado de LaserWeeder, o equipamento utiliza 24 chips da Nvidia para processar até 4,7 milhões de imagens de alta resolução por hora e, assim, determinar quais são as plantas a serem atingidas por seus raios exterminadores.
Segundo a empresa, a máquina foi treinada para reconhecer e difrerenciar mais de 30 mil plantas, entre culturas e daninhas, dentro de uma base de dados alimentadas com mais de 25 milhões de espécies vegetais.
Fundador e CEO da Carbon Robotics, Paul Mikessell contou ao site AgFunderNews que sua relação com a Nventures começou quando a startup decidiu incluir os chips da gigante em seus modelos e fez uma demonstração da sua capacidade.
“Essa demonstração destacou o profundo potencial da tecnologia IA na transformação da agricultura”, afirmou ele. Segundo Mikesell – empreendedor que já passou por Google e Gacebbok e, em2010, vendeu por US$ 2,5 bilhões a empresa de tecnologia de armazenamento de dados Isilon – os recursos obtidos agora serão utilizados na aceleração do desenvolvimento de novos produtos e também na internacionalização das vendas.
Atualmente, a empresa tem clientes em 17 estados americanos e também no Canadá.