A Boa Safra Sementes anunciou na manhã desta segunda-feira, 25 de março, a intenção de realizar uma oferta pública de ações subsequente (follow on) com objetivo de captar no mínimo R$ 200 milhões.

Em comunicado publicado na CVM, a empresa informa ter contratado BTG Pactual, XP Investimentos, Bradesco BBI Santander para assessorá-la “na análise de viabilidade e na determinação dos termos e estrutura da Potencial Oferta”.

No documento, a Boa Safra aponta que já tem compromisso de investimento de seus acionistas controladores, Marino Stafani Colpo e Camila Stefani Colpo Koch, além da HIX Investimentos, gestora de Gustavo e Rodrigo Heilberg. Eles entrariam na operação com valores de até R$ 120 milhões, considerados em conjunto.

Somados, os dois controladores possuem pouco mais de 60,3% das ações da companhia. Já a Hix tem participação de 6,29%. Com isso, o grupo contaria com dois terços da estrutura societária na Boa Safra. O valor de mercado da empresa no fechamento do pregão da sexta-feira, 22 de março, estava em R$ 2,13 bilhões.

O comunicado ressalta que a decisão definitiva sobre a nova operação ainda não foi tomada. “A potencial oferta, bem como a definição de seus termos e condições, está sujeita, entre outros fatores, às condições do mercado de capitais brasileiro, à obtenção das aprovações necessárias (incluindo as aprovações societárias da companhia), às condições políticas e macroeconômicas nacionais e internacionais, ao interesse de investidores, dentre outros fatores alheios à vontade da companhia”, diz o texto.

A Boa Safra vive um bom momento. Seu balanço, divulgado no início de março, registrou receita recorde de R$ 2 bilhões, com um aumento de 45% no lucro líquido ajustado.

“É o melhor ano da nossa história, porque, mesmo com o preço da semente pura mais baixo, nosso mix de venda foi de produtos de maior valor agregado”, afirmou Marino Colpo, CEO da empresa, ao AgFeed.

Com isso, a previsão é de investir na expansão das operações. A área plantada, por exemplo, deve saltar de 144 mil hectares para 225 mil hectares.

Marino Colpo contou na entrevista que essa expansão deve levar à empresa a reforçar suas posições no Sul do País. Na mensagem que acompanha o balanço, a companhia aponta que “a região é estratégica” para o crescimento e que a presença lá não se limita aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas também aos estados vizinhos, em função do “amplo alcance proporcionado”.

A Boa Safra indica ainda já ter o CAPEX aprovado de R$ 140 milhões para 2024, isso apesar de as previsões de consultorias especializadas indicarem que não deve haver crescimento de área plantada de soja na próxima safra, o que ocorreria pela primeira vez em quase 20 anos.

“Concordo que a velocidade do crescimento vai diminuir e muito, mas temos uma marca líder, com preferência do cliente, por isso estamos muito animados. Se sobrar semente, não vai ser na Boa Safra”, afirmou o CEO.