Economizar na conta de energia é algo que praticamente todo brasileiro e toda empresa busca de alguma forma. A Katira, que tem o limão taiti como seu principal produto, fez investimentos e tem colhido os resultados nos últimos dois anos.
Mas não é só a energia mais barata que fez a companhia crescer 20% em 2023, chegando a um faturamento de R$ 64 milhões. Mesmo sem saber, os consumidores estão cada vez mais levando os limões da Katira para casa, ao menos no estado de São Paulo, por enquanto.
Entre o segundo semestre de 2023 e o início de 2024, a companhia já fechou contrato com o GPA, dono da rede de supermercados Pão de Açúcar, e passou a ser responsável pelas frutas da marca própria do Carrefour.
“Nós conseguimos manter todas as redes que já atendemos e entraram estas grandes marcas nos últimos meses. No GPA, estamos em fase de auditoria para também respondermos pela marca própria”, conta Júlio César Del Grossi, diretor Comercial da Katira.
Os limões da companhia também estão chegando a grandes redes de atacarejo em São Paulo, como Rede Max, Atacadão e Assaí, por meio de distribuidores de frutas que atendem esses mercados.
O movimento mais recente nesse sentido, conta Del Grossi, foi a entrada no Grupo Sonda, desde fevereiro deste ano.
“O nosso grande diferencial está na forma como trabalhamos a higienização e embalagem dos limões. Não usamos defensivos, sanitizantes ou fungicidas na unidade de packing, esses produtos são utilizados somente no campo. Temos uma parceria com a Agrosafety, que verifica se os frutos estão livres de resíduos”, explica o executivo.
Outro fator que deve ajudar o resultado da Katira em 2024 é o preço do limão no mercado, segundo Del Grossi. “Nós já vimos essa tendência nos dois primeiros meses do ano, e ela deve se manter. A onda de calor atrapalhou a produtividade, então a oferta de limão deve ser menor”.
O preço do limão sobe com mais intensidade na entressafra, entre agosto e novembro. Mas o diretor da Katira afirma que as cotações devem continuar subindo neste mês de março, por conta do cenário geral.
Enquanto cuida do aumento da lucratividade, Del Grossi fez também investimentos para cortar despesas operacionais na Katira. O principal deles foi no consumo de energia elétrica.
Foram R$ 3 milhões investidos em cinco usinas fotovoltaicas que atendem as 26 propriedades rurais da empresa. E o retorno já está chegando.
Em 2021, a companhia pagou cerca de R$ 630 mil em contas de energia durante todo o ano. Em 2023, esse valor baixou para menos de R$ 260 mil, uma diminuição próxima de 60% em dois anos.
Del Grossi afirma que contou com uma linha de financiamento da Caixa Econômica Federal para o projeto, com uma taxa de juros subsidiada de 7% ao ano, carência de dois anos e prazo total de 10 anos para pagamento.
“A Caixa financiou os equipamentos. Mas nós tivemos que investir na preparação dos terrenos e na estrutura de segurança”, conta o diretor da Katira.
A unidade de beneficiamento das frutas, que vai ser trocada por uma com maior capacidade de produção, ainda não é atendida por uma usina solar. “As condições são diferentes quando envolve Pessoa Jurídica. Mas incluímos uma usina no projeto da nova unidade, que vai ficar pronta em 2026”.
A nova unidade de beneficiamento vai triplicar a capacidade da Katira, passando dos atuais 130 toneladas por dia para 400 toneladas diárias.
“Nós estamos preparando a empresa para atender mercados fora de São Paulo. Estar nas grandes redes de varejo é o primeiro passo nesse sentido. Quando já estamos dentro de empresas como GPA e Carrefour e chegam boas avaliações dos consumidores, fica mais fácil ampliar o alcance para outros estados”, diz Del Grossi.
Outro investimento feito pela empresa, esse mais voltado para a sustentabilidade e com menor valor, foi em fossas sépticas para resíduos orgânicos dentro da Fazenda São José, em Taquaritinga, interior de São Paulo, onde fica a sede da Katira.
“Foram R$ 400 mil nesse projeto, que consiste em uma casa subterrânea onde é feito o tratamento destes resíduos”, conta o executivo.