Quando o preço das commodities não ajuda nos negócios agrícolas, o resultado também não é bom no segmento imobiliário. Para a Terra Santa Propriedades Agrícolas, por exemplo, a queda dos preços da saca de soja teve impacto direto nos seus ativos – terras e benfeitorias de 7 fazendas no estado de Mato Grosso –, que se desvalorizaram no ano de 2023.
Em comunicado encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite da terça-feira, 23 de janeiro, a companhia informou que um laudo de avaliação realizado pela S&P Global em novembro passado estimou em R$ 2,99 bilhões o valor das suas propriedades.
O resultado é quase R$ 700 milhões menor que os R$ 3,63 bilhões obtidos em avaliação semelhante feita um ano antes. Segundo o comunicado, esse resultado foi “influenciado majoritariamente pela oscilação negativa do preço da saca de soja no mercado utilizado pela S&P quando comparado com o laudo do ano anterior”.
Derivada da Terra Santa Agro, a empresa atua somente com negócios imobiliários e hoje está entre as maiores proprietárias de terras agrícolas do País. As operações de produção da companhia foram separadas e vendidas em 2021 para a SLC Agrícola, em negócio avaliado em cerca de R$ 550 milhões.
As sete propriedades rurais, todas localizadas no Mato Grosso, passaram a compor a nova empresa, Terra Santa PA, inclusive com a mudança do código de negociação da ação na B3, para LAND3. A nova identidade passou a valer desde o dia 6 de agosto de 2021, dias depois da conclusão da transação.
A transação com a SLC foi também o gatilho para uma polêmica entre os acionistas começar. Desde o fechamento da operação, a Esh Capital, que possui participação de 4,5% no capital da Terra Santa PA, tem contestado as bases da negociação.
O mercado reagiu mal à nova avaliação. Ao final da primeira hora do pregão desta quarta-feira, as ações da Terra Santa operavam em queda de 3,39%.