No terceiro trimestre deste ano, as operações da Corteva tiveram um prejuízo líquido de US$ 315 milhões. No mesmo intervalo do ano anterior, o resultado já havia sido negativo, em US$ 322 milhões, um número 2,2% maior.
Na comparação anual, a receita líquida caiu 6,8% e atingiu, ao final de setembro, US$ 2,59 bilhões, próximo das expectativas do mercado. A empresa divulgou seu balanço na noite de quarta-feira, 8 de novembro.
Para além do recorte momentâneo negativo, a empresa também não projeta um final de ano positivo, principalmente no Brasil. Tanto é que, no comunicado que acompanha o balanço, reduziu suas estimativas de vendas para o restante de 2023.
Segundo a Corteva, um “enfraquecimento do mercado agrícola do Brasil”, com atraso nas compras e no plantio pelos produtores, fez com que a companhia revisasse os números.
Agora, a projeção da Corteva para 2023, o chamado guidance, é de uma receita líquida numa faixa entre US$ 17 bilhões e US$ 17,3 bilhões. Antes, a perspectiva era uma arrecadação entre US$ 17,9 bilhões e US$ 18,2 bilhões.
“A perspectiva da companhia para suas operações no Brasil foi revisada, influenciada pela área plantada de milho abaixo do esperado, pelos contínuos ventos contrários em produtos químicos agrícolas, pelo atraso nas compras dos agricultores tanto para plantios quanto para aplicações de proteção de cultivos, bem como pelos níveis elevados de produtos genéricos”, disse a empresa.
No segmento de sementes, as vendas líquidas atingiram US$ 878 milhões no terceiro trimestre de 2023, um pouco acima dos US$ 862 milhões no terceiro trimestre de 2022.
De acordo com a empresa americana, o aumento nas vendas foi impulsionado por um aumento de 14% no preço. O resultado só não foi melhor porque houve uma queda de 12% no volume vendido.
“O aumento no preço foi generalizado, impulsionado pela forte procura de produtos de tecnologia de ponta”, disse a empresa.
Além disso, a Corteva pontuou, mais uma vez, que os volumes mais baixos foram impulsionados pela menor área plantada esperada e pelo atraso nas compras dos agricultores no Brasil, e um encerramento operacional da temporada mais cedo na América do Norte em relação ao ano anterior.
O lucro operacional do segmento (Ebitda) foi negativo em US$ 138 milhões no terceiro trimestre de 2023, um resultado 38% maior que no ano anterior. “A execução de preços, a redução das despesas líquidas de royalties e as ações contínuas de custos e produtividade compensaram o aumento de insumos e fretes custos, volumes mais baixos e o impacto desfavorável da moeda”.
No acumulado do ano, as vendas de sementes bateram US$ 7,8 bilhões na Corteva, US$ 500 milhões acima dos US$ 7,3 bilhões do mesmo intervalo de 2022.
A Corteva aponta, no balanço, o aumento do preço em 14% como fator determinante para o avanço. Já o volume, que recua 5% no ano, é resultado da decisão de sair da Rússia em 2022, menos área plantada de milho na Europa, Oriente Médio e África e pela projeção de área de plantio de milho “abaixo do esperado” no Brasil.
No segmento de defensivos, chamado de Crop Protection, as vendas líquidas somaram US$ 1,7 bilhão no trimestre, um pouco abaixo dos US$ 1,9 bilhão no terceiro trimestre de 2022.
“A queda nas vendas foi impulsionada por uma redução de 16% no volume e uma redução de 4% no preço, parcialmente compensada por um impacto favorável de 7% das aquisições de produtos biológicos e um impacto favorável de 2% da moeda”, disse a Corteva.
Essa diminuição do volume, segundo a empresa, deveu-se a saídas de produtos, reduções de estoques, demanda sazonal e atraso nas compras por agricultores em todo o globo.