O Conselho de Administração da Camil Alimentos anunciou na noite da terça-feira 7 de novembro que aprovou, em reunião extraordinária, a sua 13ª emissão de debêntures. Com a operação, a empresa espera captar R$ 650 milhões, com a possibilidade de aumento até R$ 812 milhões, se houver demanda.
Os recursos serão destinados exclusivamente para a aquisição de produtos agropecuários in natura ou transformados. As debêntures serão vinculadas à emissão de três séries de CRAs, com intermediação de Bradesco BBI, Santander, XP Investimentos e BTG Pactual.
Os vencimentos variam entre cinco anos (primeira série), sete anos (segunda) e dez anos (terceira), com remuneração de 100% da Taxa DI mais spreads que vão de 0,65% ao ano (primeira série) a 0,80% ao ano (terceira).
A emissão soma a uma lista de operações semelhantes realizadas recentemente por outros grupos do agro, como JBS, Raízen e Suzano, entre outros. Segundo levantamento feito pelo AgFeed, até o final de outubro as emissões de debêntures já haviam adicionado cerca de R$ 10 bilhões ao caixa de companhias do setor.
A própria Camil já havia feito outra emissão em maio, com valor total de R$ 625 milhões.
Há cerca de duas semana, a Camil anunciou investimentos na sua planta de beneficiamento de arroz em Itaqui (RS). Serão R$ 328 milhões destinados à expansão da unidade, segundo comunicado do Fundo de Operação Empresa do Rio Grande do Sul (Fundopem-RS), financiador do projeto.
Nos últimos anos, a Camil Alimentos tem buscado reforçar a estratégia de se posicionar como uma marca que, além de tradicional presença nos mercados de arroz e feijão, comercializa alimentos processados, de maior valor agregado.
Essa tem sido uma meta desde o IPO da empresa, em 2017. No ano passado, a companhia adquiriu, por exemplo, a Mabel, tradicional fabricante de biscoitos. Um ano antes, havia comprado as marcas mineiras Café Bom Dia e Agro Coffee, por R$ 62 milhões.