A venda de máquinas agrícolas no Brasil e no mundo passa por um momento de queda, com os produtores mais cautelosos em relação a investimentos em função dos preços mais baixos dos grãos.

Apesar deste cenário, a AGCO, uma das líderes globais no segmento, dona de marcas como Massey Ferguson e Valtra, conseguiu driblar esta tendência no primeiro semestre, inclusive na América do Sul.

Segundo o balanço referente ao segundo trimestre de 2023, divulgado nesta quinta-feira, dia 27, as vendas líquidas de máquinas e equipamentos agrícolas pela AGCO na região somaram quase US$ 600 mihões no período, crescimento de 15% na comparação com o mesmo trimestre de 2022.

Embora seja um avanço, o percentual é a metade da média global da companhia, que cresceu quase 30%. No mundo inteiro, a AGCO registrou vendas de US$ 3,8 bilhões entre abril e junho deste ano.

No acumulado do primeiro semestre, o crescimento das vendas na América do Sul foi de 26%, somando US$ 1,1 bilhão. O balanço diz que as vendas de tratores e colheitadeiras na região caíram 3%, mas não explica em detalhes como, ainda assim, foi possível alcançar o crescimento expressivo.

No comunicado feito pela companhia ao divulgar os números, a AGCO informa que houve um forte crescimento de vendas no Brasil durante o primeiro semestre, mas diz que a queda registrada na Argentina atrapalhou o avanço na região. A empresa não divulga os números isolados do mercado brasileiro.

Entre os destaques do período estariam as vendas de plantadeiras e de tratores mais potentes, além dos preços mais favoráveis de seus produtos.

O lucro das operações sul-americanas da fabricante de máquinas aumentou quase US$ 90 milhões no primeiro semestre, com a margem operacional chegando a 20%.

O maior crescimento de vendas da AGCO se deu em casa, na América do Norte. A multinacional tem sede nos Estados Unidos, e as vendas na região cresceram 33% entre janeiro e junho, chegando a US$ 1,9 bilhão.

Na região da Europa e Oriente Médio, as vendas de máquinas pela AGCO cresceram 28,7% no período, para US$ 3,7 bilhões.

A companhia espera fechar o ano com um total de US$ 14,7 bilhões em vendas globais, com melhora nas margens em relação a 2022.

O lucro ajustado por ação da AGCO no segundo trimestre de 2023 ficou em US$ 4,29 por ação, ante US$ 2,38 por ação no mesmo período de 2022. A empresa espera fechar o ano com ganhos ajustados de aproximadamente US$ 15,25 por ação.