As grandes fabricantes de insumos agrícolas multinacionais já haviam dado sinais de que o primeiro trimestre de 2024 não foi fácil para o setor. A brasileira Vittia foi mais uma a confirmar esse cenário, mas a mensagem é de otimismo para o decorrer do ano.
A Vittia apresentou lucro líquido de R$ 800 mil entre janeiro e março deste ano, um recuo superior a 93% na comparação com o mesmo período de 2023, quando lucrou R$ 12,5 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 73% na mesma comparação, para R$ 6,8 bilhões. A margem Ebitda recuou 11,5 pontos percentuais em um ano, saindo da casa de 17% para 5,6%.
Esse indicador reflete o principal desafio enfrentado por toda a indústria de insumos no trimestre. Os preços acompanharam o ritmo de queda nas cotações das principais commodities agrícolas, como soja e milho.
Outros fatores apontados pela Vittia são o atraso na negociação de insumos pelo produtor e os eventos climáticos causados pelo El Niño, especialmente a redução de chuvas no Centro-Oeste.
Entre os principais grupos de produtos da Vittia, os piores desempenhos ficaram com os micronutrientes de solo e biológicos, com quedas na receita líquida de 33% e 15%, respectivamente. Em biológicos, segunda linha mais relevante para a companhia, o faturamento ficou em R$ 40 milhões.
Em fertilizantes foliares, insumo que tem a maior participação na receita líquida total, houve queda superior a 10% na comparação com o primeiro trimestre de 2023, para R$ 63 milhões.
Na distribuição por região, o pior desempenho em receita líquida ficou mesmo com o Centro-Oeste, onde a Vittia enfrentou uma queda de 32%. No outro grande mercado para a produtora de insumos, o Sudeste, o recuo nas receitas foi de 15%.
Mesmo com todo este ambiente adverso, a Vittia projeta melhora no restante de 2024, com crescimento de vendas e do Ebitda.
Como base para esse otimismo, a companhia cita alguns fatores. “A maior parte dos excessos de estoque na cadeia já foram eliminados, a relação de troca está em níveis favoráveis para o produtor rural e as primeiras previsões climáticas para a nova safra estão apontando para um cenário de La Niña”, diz a carta da administração da Vittia.