Um faturamento menor nos três últimos meses do ano passado pressionou o balanço da Klabin, que fechou 2023 com um lucro de R$ 2,84 bilhões, baixa de 39% frente a 2022.

No último trimestre, a empresa teve um resultado líquido de R$ 370 milhões, queda de 53% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O número foi puxado para baixo por uma receita também menor. O faturamento líquido da Klabin foi de R$ 4,5 bilhões no trimestre, queda de 11% em comparação com o quarto trimestre de 2022.

No ano, a receita foi de R$ 18 bilhões, 10% inferior ao de 2022. Em um relatório enviado a clientes, o analista Lucas Laghi, da XP, pontuou que o resultado da empresa foi impactado por uma demanda 22% menor no kraftliner, o que impactou as vendas de papel, e também por volumes de celulose 3% menores.

“Os volumes de vendas de papel diminuíram 3% na comparação anual, principalmente devido às menores vendas de containerboard impactadas pelas condições de mercado, já que a empresa priorizou a conversão para embalagens de papelão ondulado”, afirmou o analista em relatório.

Além disso, ele pontuou que a Klabin executou paradas de produção de máquinas que produzem papel reciclado em 2023, dado ao “ambiente desafiador nacional e internacional".

Leonardo Correa, analista do BTG, pontuou também em relatório que o balanço trimestral da empresa foi bom no geral, mas com alguns pontos de atenção. O principal, segundo Correa, é a queda na remessa de papel.

“A Klabin continua sinalizando um mercado fraco de papelão para contêineres, o que leva a empresa a enfrentar paralisações em várias máquinas”, disse.

Do lado positivo, a Klabin informou, nas análises que acompanham seu balanço financeiro e operacional divulgado na quarta-feira, 7 de fevereiro, que a demanda por celulose de fibra curta e longa se manteve aquecida no trimestre, por uma sazonalidade do período.

Os resultados financeiros vieram em linha com a expectativa da XP e do mercado. Tanto que as units da Klabin (KLBN11), não tiveram um movimento expressivo na Bolsa na quarta e encerraram o dia com alta de 0.9%.

Após o fechamento do mercado, contudo, a empresa divulgou um comunicado onde explica como planeja adicionar R$ 3 bilhões a seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) até 2027.

A Klabin considera que o aumento da capacidade de produção decorrente da completa implementação dos Projetos de Expansão Puma II e Figueira, ajudado por condições macroeconômicas e de mercado sobre o total da produção esperada para o período, podem beneficiar a empresa.

O Puma 2 é o maior projeto de expansão da história da Klabin. Anunciado em 2019 e com um investimento total de quase R$ 13 bilhões, envolve a criação de um complexo industrial localizado em Ortigueira, no Paraná.

A empresa entregou em 2021 a primeira máquina de papel com capacidade de 450 mil toneladas por ano. Em 2023, finalizou a segunda, com capacidade de mais 460 mil toneladas anuais.

O Puma 2 também veio com a intenção de tornar a empresa a primeira do mundo a produzir o papel Eukaliner, que demanda menos energia na produção e tem mais resistência que os concorrentes

A expectativa da empresa é encerrar os investimentos do projeto ainda em 2024, desembolsando os últimos R$ 300 milhões ao longo do ano.

No geral, a Klabin deve investir R$ 4,5 bilhões durante 2024, sendo R$ 800 milhões para a silvicultura, R$ 700 milhões para projetos especiais, R$ 300 milhões para a nova caldeira da unidade de Monte Alegre, além do montante para finalizar o projeto Puma 2.