A Alemanha registrou os primeiros casos em 37 anos. Um surto da doença foi detectado em um rebanho de búfalos em uma propriedade no município de Hoppegarten, entre a capital, Berlim, e a fronteira com a Polônia, matando três animais.

Segundo o ministro da agricultura do estado de Bradenburg, todos os 11 animais do rebanho da fazenda foram sacrificados.

Comunicado do governo local, reportado pela Agência Reuters, foram criadas zonas de exclusão, de 3 quilômetros, e de monitoramento, de 10 quilômetros e nenhum outro produto ou animal poderá ser retirado dessa região.

A febre aftosa causa febre e bolhas na boca em ruminantes de casco dividido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos.

Apesar de não representar perigo aos humanos, a doença é altamente transmissível e é o principal motivo de embargos para a carne bovina no comércio internacional.

Existem vacinas para a febre aftosa, mas países também aplicam embargos para carne de animais de áreas com a aplicação do imunizante.

A Alemanha e a Europa são consideradas áreas livres de febre aftosa sem vacinação, status conquistado recentemente pelo Brasil, mas um surto da doença ocorreu em 2001 naquele continente. À época, animais foram sacrificados no Reino Unido e na Holanda.

As autoridades alemãs seguem investigando como os animais foram infectados, mas não há planos para medidas em nível federal ou internacional, informou um porta-voz do Ministério da Agricultura.

Para o diretor-fundador da Scot Consultoria, Alcides Torres, os casos de febre aftosa na Alemanha são pontuais, não devem ter impacto no mercado da União Europeia e nem ajudar nas exportações de carne brasileira ao bloco econômico

De acordo com o consultor, as ações tomadas pelas autoridades sanitárias alemãs devem ser suficientes para evitar que a doença avance para outros países. “A gente sabe que, no caso de vírus, fronteira não existe. Mas os animais já foram sacrificados, o controle sanitário foi eficiente”, completou Torres.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) foi procurada pelo AgFeed e informou que não iria se manifestar. O Ministério da Agricultura também foi procurado, mas não respondeu até o momento.

O último surto de febre aftosa no Brasil ocorreu em 2006 em Mato Grosso do Sul. Desde então, o Brasil evoluiu no status sanitário. Por meio do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa), o País saiu de área livre de aftosa com vacinação na maioria dos Estados, para área livre sem vacinação.