O último mês de ano será de apreensão para mais de 160 mil funcionários da gigante americana Cargill, uma das maiores empresas de commodities e alimentos do mundo. Desse total, cerca de 8 mil (ou 5% da força total de trabalho da empresa) devem ser demitidos nas próximas semanas.
A informação consta em um memorando interno obtido pela agência Bloomberg e divulgado nesta segunda-feira, 2 de dezembro.
Os cortes fazem parte de uma estratégia para 2030 e foram definidos após a empresa, maios grupo familiar dos Estados Unidos, apresentar resultados decepcionantes nos últimos meses.
No documento, frase atribuída ao CEO da companhia, Brian Sikes, informa que “a maioria desses cortes ocorrerá ainda este ano”.
“Elas se concentrarão em simplificar nossa estrutura organizacional removendo camadas, expandindo o escopo e as responsabilidades de nossos gerentes e reduzindo a duplicação de trabalho.”
O mesmo memorando aponta que as demissões não devem atingir os principais executivos da empresa, mas incluirão um contingente de profissionais de nível sênior, em posições de gerência.
A expectativa de redução nos quadros já paira há alguns meses sobre a companhia. No início de 2024 a Cargill já tinha comunicado aos funcionários que pomoveria um enxugamento no número de unidades de negócios.
As primeiras demissões foram feitas na área de tecnologia, que perdeu 200 profissionais em diversas regiões.
Sikes assumiu o comando da Cargill há menos de dois anos. Em janeiro de 2023 ele substituiu David MacLennan, que sucumbiu à pressão por não ter conseguido entregar resultados com uma de suas principais apostas, a transformação da empresa em uma potência da produção de carne bovina.
O novo CEO também sentiu os efeitos dessa estratégia, sobretudo nos últimos meses, quando o rebanho americano atingiu os níveis mais baixos da história.
Mas outras frentes também ficaram além e menos de um terço de seus negócios atingiram suas metas de lucro no ano fiscal de 2024.
Com isso, segundo a Bloomberg, o lucro da Cargill registrado no ano, até o final do maio, foi de US$ 2,4 bilhões, o mais baixo dos últimos dez anos.