O setor do agronegócio tem passado por significativas transformações nas últimas décadas, impulsionadas pelo avanço tecnológico, mudanças climáticas e demandas crescentes por produção sustentável.
Nesse cenário dinâmico, as habilidades dos profissionais que atuam nesse segmento tornaram-se cruciais para o sucesso e a inovação. Além das competências técnicas tradicionais, as soft skills ganham destaque como elementos fundamentais para o desenvolvimento de líderes eficazes e colaboradores adaptáveis.
Enquanto as habilidades técnicas (hard skills) continuam sendo essenciais, as soft skills desempenham um papel crucial na capacidade dos profissionais de se adaptarem às mudanças, trabalharem em equipe e liderarem em alta performance.
Arrisco dizer que quanto mais o profissional cresce verticalmente em uma corporação mais claramente as soft skills tornam-se imprescindíveis para que este entregue resultados de maneira sustentável.
Destaco abaixo algumas competências que são amplamente demandadas pelas empresas do setor:
Comunicação efetiva: No agronegócio, onde as equipes muitas vezes estão distribuídas geograficamente e as cadeias de suprimentos são extensas, a capacidade de se comunicar de maneira clara e eficaz é fundamental. Profissionais com habilidades de comunicação desenvolvidas têm a capacidade de articular ideias complexas, promovendo a compreensão e a colaboração.
Não é incomum que em uma reunião - online ou não - tenha-se colaboradores que interpretaram o que foi dito de maneiras completamente distintas, por isso a necessidade de desenvolver e fortalecer uma comunicação clara e assertiva com toda a organização, independentemente de sua posição.
Resolução de problemas e tomada de decisão: Em um setor onde desafios inesperados podem surgir a qualquer momento - clima, mercado, guerra -, a habilidade de resolver problemas e tomar decisões assertivas é crucial. Profissionais com essa competência conseguem lidar eficientemente com situações não previstas, ajustando rotas e garantindo a continuidade das operações.
Pensamento crítico e inovação: A capacidade de analisar informações de forma crítica e propor soluções inovadoras é cada vez mais valorizada no agronegócio moderno pois os ciclos de inovação estão cada vez mais curtos e a necessidade de atualização é constante.
Gestão de relacionamentos: Dada a complexidade das cadeias de suprimentos e as interações com diferentes partes interessadas, a habilidade de construir e manter relacionamentos é vital, dado que, segundo Philip Kotler, é de 5 a 7 vezes mais caro conquistar um novo cliente do que manter um atual.
Profissionais que possuem uma inteligência emocional desenvolvida são capazes de navegar com sucesso nas incertezas que o setor nos proporciona.
MBA em agronegócio: uma jornada para o sucesso profissional
Diante da crescente importância das soft skills, é essencial que os profissionais do agronegócio busquem oportunidades de desenvolvimento que abranjam tanto habilidades técnicas quanto interpessoais.
Investir em qualificações e cursos, como o MBA Agro360: Gestão, Inovação e Estratégia da Cumbre, em parceria com o Centro Universitário Integrado, é uma opção para aqueles que desejam se especializar e se destacar nesse setor dinâmico.
Quando bem elaborados, MBAs oferecem uma abordagem abrangente, combinando sólidos fundamentos de negócios no agro com um foco significativo no desenvolvimento de soft skills. Os participantes têm a oportunidade de aprimorar suas habilidades de liderança, comunicação, tomada de decisão, inovação e sustentabilidade, preparando-se para os desafios do ambiente de trabalho.
O Agronegócio remunera muito bem profissionais que estão capacitados
O agronegócio mantém seu protagonismo no superávit da balança comercial e é responsável por ¼ do PIB do Brasil. É um setor resiliente às intempéries, não só climáticas; segue crescendo ao longo do tempo e junto com este crescimento vem a forte demanda por profissionais capacitados.
Um estudo publicado pela consultoria de recrutamento Robert Half - divulgado pela JP News - recentemente mostrou que os salários para o agro em 2024 estão descolados dos demais setores, pagando de R$19.000,00 a R$25.000,00 para gestores e de R$9.000,00 a R$14.000,00 para Representantes Técnicos de Vendas (RTV).
Outro exemplo que corrobora com a alta demanda por profissionais preparados vem de um levantamento do Fesa Group, publicado aqui no AgFeed, que aponta para salários de até R$100.000,00 para C-levels do agro e cita profissionais da área comercial sendo disputados muitas vezes por quatro empresas ao mesmo tempo.
Definitivamente, capacitação e desenvolvimento é o caminho para quem quer participar deste mercado.
O profissional do agro de 20 anos atrás não precisava lidar com tantas variáveis e com a complexidade que o mercado atual imprime. A capacidade de explorar soft skills será um diferencial para quem busca se destacar neste agro que hoje é tão dinâmico e desafiador.
Felipe Treitinger é engenheiro agrônomo , CEO e Fundador da Cumbre, empresa de treinamentos e capacitações para profissionais do agronegócio.