A Tarken, agfintech liderada pelo empreendedor Luiz Tangari, lança na próxima segunda-feira um serviço inédito. A empresa disponibilizará aos clientes a primeira aplicação a utilizar inteligência artificial para responder, via WhatsApp, a questões relacionadas a crédito agrícola.

A tecnologia foi desenvolvida pela equipe da Tarken com base na plataforma Chat GPT. A atendente virtual Tai (o nome vem de Tarken Artificial Inteligence) foi treinada para interagir com o os interlocutores no aplicativo de mensagens, tirando dúvidas sobre agronegócio e crédito.

No início, a Tarken fará a moderação de quem poderá conversar com a Tai. A ideia, segundo Tangari é que no futuro ela esteja disponível a interagir com o público em geral, desde que dentro dos temas propostos.

Criada em 2021, a Tarken nasceu com a proposta de digitalizar operações de comercialização de grãos entre produtores e compradores, como um marketplace. Desde o início a inteligência artificial fazia parte do negócio, mas em um primeiro momento atuando de forma a estimar custos de grãos em diferentes mercados.

No ano passado, Tangari mudou o rumo do negócio, entendendo que ele não era escalável na proporção desejada. Migrou, então, para a o universo das agfintechs, desenvolvendo soluções para automatizar a estrutura de crédito de revendas de insumos e oferecer ferramentas de análise de risco, sempre com apoio softwares com inteligência artificial.

Segundo Tangari, desde outubro de 2022 até agora, 100 empresas já contrataram uma das sete soluções desenvolvidas pela Tarken, que vão desde a verificação da saúde financeira do cliente, através de análises de dados que incluem o desempenho agronômico e as condições climáticas de uma propriedade nos últimos dez anos, à integração do fluxo de trabalho do departamento de análise de crédito das revendas.

“Nossa missão é automatizar os processos já existentes, nos quais a revenda já está confortável. Não queremos trazer uma solução fechada, uma caixa preta”, afirmou ele ao AgFeed.

Fundada por Tangari e Carlos Neto, a Tarken já realizou uma rodada de captação (série seed) de US$ 5 milhões, liderada pelo fundo de venture capital Monashees. Também participaram a Maya, da investidora Lara Lenman, e a Mandi, de Antonio Moreira Salles, entre outros.
Luiz Tangari afirma que uma segunda rodada de captação, por enquanto, está descartada. “Ainda precisamos encorpar um pouco mais para pensar nisso”, afirma.

Tangari e Neto foram também os responsáveis pela criação da Strider, adquirida em 2018 pela Syngenta, até hoje considerado um dos mais relevantes negócio envolvendo uma agtech no Brasil.