A inteligência artificial (IA) e a robotização vêm emergindo como aliados cruciais no combate às pragas e plantas daninhas nas lavouras. Essas tecnologias permitem monitoramento contínuo, identificação precisa e intervenção ágil, reduzindo danos às colheitas e minimizando o uso de defensivos agrícolas.

Agora, é possível quantificar tais ganhos a partir de casos reais. Durante a próxima Agrishow, que ocorre entre 29 de abril e 3 de maio em Ribeirão Preto (SP), a Solinftec, líder global em soluções de inteligência artificial e práticas agrícolas sustentáveis, apresentará os resultados obtidos por produtores agrícolas com o robô Solix AG Robotics.

Trata-se do primeiro equipamento desse tipo que usa a inteligência artificial para monitorar e cuidar de cada pedaço dos talhões das fazendas, adaptando-se às condições locais e aprendendo constantemente sobre cada ambiente.

Os primeiros resultados são, de fato, impactantes. Em culturas de grãos, o robô, que atua por meio de missões e associação de tarefas junto ao manejo integrado de pragas (MIP), proporcionou reduções de mais de 90% no uso de herbicidas em fase de pós-emergência – quando os herbicidas são aplicados após o surgimento das plantas daninhas nas lavouras –, operações de dessecação e pré-plantio.

Na cana-de-açúcar, o Solix diminuiu em 45% o volume de herbicida em aplicações na pós-emergência. Entre os clientes da Solinftec que identificaram a expressiva queda está a Tereos, uma das maiores produtoras mundiais de açúcar e etanol.

“O sistema de reconhecimento por inteligência artificial permite que o robô identifique, cheque e realize aplicações localizadas”, diz Bruno Pavão, diretor de Operações Robóticas da Solinftec. “O Solix distingue a cultura de interesse das principais espécies de plantas daninhas como nenhuma outra IA consegue fazer.”

De fato, o robô da Solinftec possui diversos atributos. Ele também é revolucionário na maneira como elimina insetos-praga. Com base em ondas de luz, o robô atrai os insetos na fase adulta no período noturno e os elimina por meio de eletrochoques, antes do período da chamada oviposição.

Dessa forma, o Solix vira uma armadilha eficaz contra insetos que causam danos econômicos a qualquer área agrícola, a despeito da cultura ou região geográfica.

“O processo de captura ajuda a quebrar o ciclo reprodutivo dos insetos-praga presentes nas lavouras e promove a redução de infestações”, diz Pavão. “Além disso, toda IA do Solix é conectada a dados de clima da Solinftec para uma melhor estratégia de combate em campo dessas pragas.”

Segundo a empresa, o incremento de produtividade observado nas fazendas de grãos que incorporam os recursos do Solix tem sido de até 10 sacas por hectare após a utilização do robô com inteligência artificial.

Some-se a isso a redução de custos trazida pela tecnologia – nas lavouras de cana, os herbicidas representam de 15% a 20% das despesas relativas a produtos químicos – e o que se observa é um equipamento que traz grandes benefícios para os produtores.

Atualmente, 40 equipamentos desse tipo operam em fazendas de grãos, cana-de-açúcar e HF na Bahia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Até o fim do ano, outras 40 unidades deverão estar operando no campo”, diz Emerson Crepaldi, diretor de Operações da Solinftec para a América do Sul.

O notável desempenho do SOLIX chama a atenção do mercado. A Solinftec tem capacidade para produzir 100 robôs por ano e há pedidos para o equipamento até 2025.

Além de atuar no combate a pragas, o Solix também é utilizado para acompanhar a evolução fenológica das plantas, monitorando falhas, desenvolvimento vegetativo e outros indicadores importantes para criar uma visão geral do talhão e das fazendas.

Crepaldi lembra que o robô usa tecnologias de câmeras – tanto convencionais quanto com visão computacional –, sensores multiespectrais e GPS de altíssima precisão (RTK), o que o torna capaz de navegar pelas lavouras e coletar informações completas sobre o desenvolvimento das culturas.

“O Solix gera dados e informações estratégicas para estatísticas de estimativas de produção, ou tomada de decisões não mais preditivas, mas determinantes para os manejos”, diz Crepaldi.

Fundada em 2007 em Araçatuba (SP), a Solinftec conta com 800 colaboradores distribuídos globalmente, dos quais 330 dedicados exclusivamente à pesquisa e desenvolvimento. Suas unidades estão espalhadas pelos Estados Unidos, Colômbia (que atende a diversos países na América do Sul), Canadá e China, além do Brasil.

Atualmente, a empresa monitora 12 milhões de hectares globalmente, considerando pequenas, médias e grandes propriedades. Desses, 8 milhões são de áreas produtoras de cana, enquanto 2,8 milhões dizem respeito a soja, milho e algodão.

Não à toa, a empresa cresce em ritmo acelerado. Suas receitas recorrentes (ARR, na sigla em inglês) totalizaram R$ 313 milhões em 2023, uma avanço de 22% sobre 2022. A meta é chegar a R$ 370 milhões em 2024. Com a ajuda do Solix, certamente novas marcas serão alcançadas.